Serviços terceirizados, como limpeza e vigilância, podem ser comprometidosd+ bolsas de extensão estudantil podem ser cortadasd+ reitor está em Brasília nesta quarta-feira (8) para reunião com a Andifes
Em função do bloqueio de recursos anunciado pelo governo, que supera os R$ 60 milhões, a UFSC pode ter dificuldades no pagamento de despesas imediatas a partir do mês de junho. A informação é do secretário de Planejamento e Orçamento da UFSC, Vladimir Arthur Fey, em entrevista à rede NSC. Segundo ele, caso o bloqueio de recursos seja mantido, contratos terceirizados como limpeza e vigilância podem ser comprometidos, assim como bolsas de extensão estudantil.
Após o anúncio do bloqueio das emendas parlamentares, o valor estimado do corte passou de R$ 46 milhões a mais de R$ 60 milhões nas verbas de custeio da universidade. O secretario de Planejamento explica que já se esperava os 25% de contingenciamento – um valor que costuma ser liberado ao longo do ano, conforme aconteceu governos anteriores. No entanto, não se sabe se o bloqueio de 30% anunciado pelo MEC já inclui os 25% de contingenciamento ou se haverá soma desses percentuais, comprometendo mais da metade dos recursos.
Em entrevista à rádio CBN Diário, o reitor da universidade, Ubaldo César Balthazar, disse que há quase um mês um grupo técnico trabalha nas possíveis reformulações de despesas da UFSC. Ubaldo prevê, em um cenário otimista de economia, a manutenção das atividades da universidade até o outubro.
O reitor está em Brasília nesta quarta-feira (8) para uma reunião com a Comissão de Orçamento da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Ele informa que será discutida uma paralização das universidades “não por uma decisão política mas por uma questão realmente financeira, por falta de dinheiro”. Também serão discutidos pontos da reunião da Andifes com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, agendada para o dia 16 de maio.
Ubaldo comentou ainda sobre a prestação de serviços da universidade à comunidade. “Eu diria que a universidade presta serviços sociais importantíssimos que inevitavelmente serão afetados pelos cortes que estão sendo feitos”, afirmou.
Pesquisas afetadas
Além das atividades de ensino da UFSC, o bloqueio de verbas ameaça diversos projetos de pesquisa e extensão que partem da universidade, em diferentes áreas do conhecimento, visando o bem estar da sociedade. Este ano, 268 novos projetos de pesquisa iniciaram na universidade, com inovações em áreas como economia, saúde e tecnologia, e que dependem dos recursos federais.
Em entrevista à NSC, o pró-reitor de pesquisa da UFSC, professor Roberto Soares, comenta que “todos os segmentos da sociedade” são prejudicados em uma situação de bloqueio de recursos. “Em resumo, são trabalhos de interesse social que precisam ser mantidos”, afirma.
Leia a entrevista: NSC
Ouça a entrevista do reitor à CBN Diário:
V.C. / L.L.