Por um erro do Inep, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, divulgou o custo total que a pasta vai gastar com a avaliação do nível de alfabetização este ano mil vezes menor do que o valor contratado. Durante anúncio oficial nesta quinta-feira, 2, Weitraub disse que o gasto com a avaliação seria de R$ 500 mil e que deveria atingir cerca de 7 milhões de pessoas. Na coletiva de imprensa, ele fez questão de ressaltar o valor dizendo que “cada real do contribuinte” era importante. Minutos depois, em nota, o Inep informou que o valor estimado para a realização do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) era, na verdade, cerca de R$ 500 milhões.
“Vamos avaliar não só o desempenho das crianças como o sistema de ensino como um todo. Nós vamos fazer um exame para sete milhões de crianças a um custo de R$ 500 mil. É importante falar. A postura nossa é sempre de dizer ao pagador de imposto e a sociedade onde está sendo alocado o imposto. Então, uma avaliação que vai ser feita a sete milhões de crianças a um custo total disso de R$ 500 mil para saber se as coisas estão andando bem”, afirmou o ministro completando: “Cada real do contribuinte é importante”.
Após as declarações, em nota, o Inep corrigiu o erro: “O Presidente do Inep (Elmer Vicenzi ) informa que o valor estimado para a aplicação do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2019 é de aproximadamente R$ 500 milhões. O valor de R$ 500 mil foi incorretamente apresentado ao ministro e na Coletiva de Imprensa realizada nesta data em função de uma inconsistência material na planilha de custos elaborada pelo Inep.”
As novas diretrizes do Saeb publicadas nesta quinta-feira incluíram a etapa da alfabetização nos exames a serem aplicados este ano. As provas, voltadas aos alunos do 2º ano do ensino fundamental, haviam sido suspensas na gestão do ex-ministro da Educação Ricardo Vélez Rodríguez, demitido em abril. A avaliação será aplicada por amostragem aos alunos do 2º ano do fundamental de escolas públicas e privadas, distribuídos nos 26 estados e no Distrito Federal. Serão avaliados conhecimentos em língua portuguesa e matemática.
Na terça-feira, em meio a uma série de ataques às universidades federais, o ministro afirmou que a política de corte de verbas para universidades federais está atrelada ao plano do governo Bolsonaro de eleger a educação básica como prioritária.
Em vídeo postado nas redes sociais, Weintraub questionou se os contribuintes preferem que o dinheiro dos impostos seja gasto com alunos de graduação ou de creches. “Para cada aluno de graduação que eu coloco na faculdade, eu poderia trazer dez crianças para uma creche. Crianças que geralmente são mais humildes, mais pobres, mais carentes, e que, hoje, não têm creches para elas. O que você faria no meu lugar?”, questionou. Na coletiva, o ministro não quis entrar no assunto.