Entidades sindicais nacionais dos professores programam paralisações, atos de protesto e greve da educação no dia 15 de maio
O ANDES – Sindicato Nacional e o PROIFES – Federação, entidades que representam nacionalmente os professores universitários, lançaram notas de protesto sobre os cortes de 30% no orçamento das universidades federais, e conclamaram a categoria a se mobilizar contra os mesmos.
O PROIFES divulgou a nota logo após o anúncio dos cortes na UnB, UFF e UFBA pelo ministro da Educação: “A educação pública, gratuita e de qualidade no Brasil, a liberdade de expressão, e a autonomia universitária sofreram nesta terça-feira, 30, mais um duro golpe em uma sequência de ataques sem precedentes ao exercício pleno do pensamento, da pesquisa científica, da formação técnica e cidadã e do desenvolvimento soberano do país.(…) Não bastasse a arbitrariedade inerente ao ato, sendo o conceito de “balbúrdia” subjetivo, moral e semanticamente questionável, o ministro da Educação ainda justifica o corte mais acentuado de recursos a estas universidades alegando, falsamente, que teriam registrado redução de qualidade do ensino apresentado. O PROIFES-Federação recebe com repúdio mais esta investida deste governo contra a autonomia universitária, do pensamento, da liberdade de ensinar, que utiliza o contingenciamento de recursos legamente previstos como forma de doutrinação política e subordinação financeira da educação a um pensamento único, autoritário e descabido.”
Por fim, o PROIFES anuncia a mobilização da categoria para o movimento nacional em defesa da educação previsto para o próximo dia 15 de maio, uma quarta-feira: “Os docentes das Universidades e Institutos Federais, e todos os demais profissionais da Educação, resistiremos e responderemos à altura dos ataques, com mobilizações, paralisações, greves e demais atos que, junto a outras entidades, mostrem que estamos atentos, e vamos às ruas, com as centrais sindicais e no próximo dia 15 com todo o movimento de educação”, afirmou Nilton Brandão, presidente do PROIFES.
A nota do ANDES já abre com uma chamada para a “Greve da Educação em 15 de maio”: “Os ataques às universidades, institutos federais e CEFET vêm se intensificando no último período a partir da aplicação do projeto político-ideológico desenvolvido pelo governo de extrema direita que chegou ao Planalto Central. O chefe de Estado, o presidente Jair Bolsonaro, e o seu ministro da educação Abraham Weintraub, ambos defensores dos projetos denominados “escola sem partido”, têm se empenhado para que o único partido e o único projeto de educação presentes sejam os de seu domínio ideológico que esbanja conservadorismo e falta de conhecimento sobre processos educativos, propagando ódio e terror sobre o patrimônio da sociedade que é a educação pública, gratuita, laica, de qualidade e socialmente referenciada. São inúmeras as situações de ataques. Ameaça de acabar com cursos da área de humanas como filosofia e sociologiad+ incentivo à gravação de professore(a)s em sala de aula, sem autorização, para posterior “linchamento” em redes sociaisd+ a inconstitucional MP 783/2019 que impede o desconto da mensalidade sindical no contracheque do(a)s docentes tentando fragilizar o sindicatod+ perseguição a professore(a)s em pleno exercício de sua funçãod+ intervenção nos processos de consulta à comunidade acadêmica para escolha do(a)s reitore(a)sd+ sucessivos cortes de verbas para as instituições de ensino, contabilizando cerca de 5,3 bilhões, intensificando a precariedaded+ corte de verbas na ciência e tecnologia de cerca de 2,158 bilhões, subalternizando a pesquisa e autonomia da produção do conhecimentod+ suspensão de novas vagas para concursos públicos, entre outras medidas que buscam destruir a educação superior pública. Dentro dos ataques às instituições de ensino e às entidades que financiam e produzem ciência no país, o governo de extrema direita tenta aprovar uma Reforma da Previdência inconstitucional e com medidas cruéis para toda a classe trabalhadora, que consegue ser ainda pior para o(a)s professore(a)s, demonstrando o perfil desse governo: conservador, perverso e anticiência.(…) A educação pública não precisa de imposição do pensamento único, não precisa de ódio, de perseguição e difamações infundadas. A educação pública precisa de investimento público, de possibilidades para difundir a diversidade de pensamento, o pensamento crítico a produção do conhecimento e da ciência e tecnologia.”
A nota do ANDES termina afirmando: “Repudiamos mais esse ataque às instituições públicas de ensino e conclamamos a categoria a construir a GREVE NACIONAL DA EDUCAÇÃO dia 15 de maio. Rumo a GREVE GERAL!”
Leia a íntegra: nota do PROIFES-Federação
nota do ANDES-Sindicato Nacional