Os bancos devem faturar R$ 388 bilhões por ano em taxas de administração com a capitalização da previdência, estima Mauro José da Silva, diretor técnico da Associação dos Auditores Fiscais da Receita Federal
A proposta de Paulo Guedes para a previdência “vai gerar negócios polpudos para os bancos”, destaca a revista Isto é Dinheiro. Contudo, se a conta ficar apenas com o trabalhador, sem participação do empresário, o dinheiro para as aposentadorias será insuficiente. A conclusão é do diretor técnico da Associação dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), Mauro José da Silva.
Silva apresentou à revista os resultados de um estudo no qual calculou a acumulação e os benefícios do sistema de capitalização em longo prazo. Em seu estudo, ele considerou dois ciclos de 35 anos, nos quais haveria apenas o regime de capitalização e do qual participariam todos os trabalhadores.
Ao fim desse período, o sistema teria um patrimônio de R$ 54 trilhões, mais de 13 vezes o total aplicado atualmente em fundos de investimento. Esse montante geraria, em média, um faturamento anual de R$ 388 bilhões em taxas de administração e carregamento para os bancos.
“Porém, na média, um trabalhador que se aposentasse aos 60 anos só teria dinheiro até os 73 anos”, diz Silva. Sem as taxas cobradas pelos bancos, o dinheiro acabaria aos 80 anos. “No limite da expectativa de vida atual”, diz ele. Em síntese, ele conclui que: “apesar da defesa do sistema de capitalização, ele só se sustenta com a participação dos trabalhadores e dos empregadores, no mínimo com contribuições iguais para a formação da poupança.”
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