O ministro Paulo Guedes pretende alterar o modelo de reajuste salarial para servidores públicos, fazendo com que os aumentos sejam condicionados a uma boa avaliação dos serviços. Uma das ideias é repetir o que já acontece em empresas privadas e lojas do comércio: na saída da loja, o cliente é instado a fazer sua avaliaçãod+ numa máquina, ele aperta o botão verde se sair satisfeitod+ amarelo se o atendimento foi regular ou vermelho se não gostou do atendimento. A informação é da jornalista Cristiana Lôbo, do G1.
O valor do reajuste de cada servidor passaria a ser baseado na avaliação, mas ainda não está decidido se por categoria ou por funcionário. Técnicos do Ministério da Economia estão estudando como implementar este tipo de avaliação.
“Depois de ser atendido, o cidadão faz sua avaliação. Ao final do ano, vamos ver qual o porcentual de avaliações positivas, negativas e neutras para definir o porcentual do reajuste”, afirmou Guedes.
A ideia do ministro é que o cidadão que vá tirar um passaporte, por exemplo, tenha a possibilidade de avaliar o serviço prestado ali. Neste caso, a responsabilidade pelo passaporte é da Polícia Federal, mas muitos dos atendentes são terceirizados ou de hierarquia inferior e não agentes ou delegados da PF.
A Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef) critica a iniciativa, argumentando que o reajuste linear é um direito garantido pela constituição. Em notícia publicada no site da confederação, o Secretário-geral da Condsef/Fenadsef Sérgio Ronaldo da Silva defende que o papel do Governo é cumprir o que a lei estipula. “Faz mais de três décadas que este direito é assegurado aos servidores públicos. O Governo não está acima da Constituição, não pode fazer isso”, afirma.
A ideia ainda é incipiente, mas revela o desejo de Paulo Guedes em mudar radicalmente a forma de reajuste salarial do servidor público. Se a proposta for adiante, uma das consequências será o enfraquecimento dos sindicatos que representam as diversas categorias do serviço público.