O MEC anunciou três exonerações e fez nomeações na última terça-feira. Bruna Luiza Becker, que tinha cargo de assessora especial, Rubens Barreto da Silva, até hoje adjunto da Secretaria Executiva da pasta, e Sérgio Vinicius Marques do Val Côrtes, até então titular da Subsecretaria de Planejamento e Orçamento deixaram o ministério.
Bruna fazia parte do grupo ligado ao ideólogo de direita Olavo de Carvalho. Rubens Barreto estava no MEC a convite de Antonio Tozi, demitido do cargo de secretário-executivo em meio à crise que se instalou na pasta no mês passado. Ele chegou a ser anunciado pelo então ministro Ricardo Vélez Rodríguez para o cargo de titular, mas a nomeação foi barrada na Casa Civil. Já Marques do Val estava cedido pelo Ministério da Economia ao MEC.
Weintraub ainda definiu na segunda-feira que o delegado da Polícia Federal Elmer Coelho Vicenzi irá presidir o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais). O órgão, ligado ao Ministério, é responsável por estatísticas e avaliações da educação e exames como o Enem.
Na terça-feira ainda houve as seguintes nomeações: para assessor especial do Ministro Weintraub, o tenente-coronel da reserva do Corpo de Bombeiros de Brasília Paulo Roberto, o qual trabalhou no grupo de transição coordenando a área de Educação, e o advogado Auro Hadana Tanaka, que participou da transição na equipe da Previdência. Ambos estavam lotados na Casa Civil, onde Weintraub era o número 2.
Para adjunto da Secretaria-Executiva, foi nomeado Rodrigo Cota, conforme já anunciado por Weintraub na semana passada. Ele é analista de Comércio Exterior no Ministério da Economia. Adalton Rocha de Matos, servidor que já coordenava a área de finanças da pasta, será o subsecretário de Planejamento e Orçamento.
Outros dois nomes já anunciados por Weintraub começaram as atividades nesta terça-feira: Janio Carlos Endo Macedo como secretário de Educação Básica e Ariosto Antunes Culau como secretário da Educação Profissional e Tecnológica. Macedo passou por vários cargos por mais de 30 anos no Banco do Brasil, do qual se aposentou, e estava na Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital antes de ser chamado ao MEC. Culau é servidor do Ministério da Economia e foi secretário de Gestão Corporativa do atual ministro, Paulo Guedes.
O ministro desistiu de nomear Silvio Cecchi como secretário de Regulação do Ensino Superior, subpasta responsável por autorizações de instituições particulares. O recuo tem a ver com o perfil de Cecchi, que atuou na pasta durante a gestão Michel Temer (MDB).
Biomédico, Cecchi já atuou em grandes grupos educacionais, como Anhanguera e na FMU-SP. Durante a gestão Temer, em 2016, ocupou uma diretoria da secretaria de Educação Superior, e por indicação do MDB assumiu a mesma secretaria de Regulação (Seres) em agosto de 2018.
A chegada de Cecchi ao MEC foi anunciada por Weintraub no último dia 10. Mas o perfil incomodou membros do MEC. Cecchi teria insistido em montar toda sua equipe, desagradando a ala militar que, embora enfraquecida, ainda atua no ministério. O coronel Marcos Heleno Guerson de Oliveira Júnior comanda a diretoria de Política Regulatória da Seres.