Elmer Coelho Vicenzi vai dirigir a autarquia federal responsável por conduzir as principais avaliações do país, entre as quais o Enem
Nomeado para o cargo de presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Elmer Coelho Vicenzi é alvo de críticas por parte de especialistas em educação. Delegado da Polícia Federal, ele comandará o órgão responsável pela execução do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), mas não tem experiência na área da educação.
Graduado em Direito, Vicenzi desenvolveu artigos e pesquisas sobre temas como a “rastreabilidade de cédulas de dinheiro” e o “combate ao mercado ilegal de cigarro 2.0”. Como policial, atuou na chefia de Serviço de Repressão a Crimes Cibernéticos da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado. Seu último cargo de chefia na esfera federal foi no Denatran, ainda durante o governo Michel Temer.
“É uma gestão de pessoas completamente leigas da questão pedagógica. Quando você nomeia um delegado, fica evidente que é uma pessoa dedicada a reformar o Enem, e que não vai estar preocupada em aperfeiçoar o debate educacional, até porque não tem conhecimento suficiente para isso”, afirma Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
Apesar de ser mais conhecido como responsável pelo Enem, o Inep também é o instituto que organiza avaliações como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que mede a qualidade de todas as escolas públicas do Brasil, e o Índice Geral dos Cursos (ICG), que metrifica o desempenho das graduações do país.
“Até agora, e isso se amplia com a indicação de Vicenzi, o quadro do MEC traz pessoas que não têm contato com a política educacional. Só o Inep, neste momento, terá que lidar com um novo edital para achar uma gráfica do Enem, o debate sobre o exame de alfabetização e a comissão de verificação de questões”, afirma José Celso Albuquerque, doutor em Pedagogia especializado em avaliações.
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C.G.L.L.