Abraham Weintraub processou estudante e, junto com o irmão, foi alvo de quatro processos administrativos
O novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi professor de economia na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) por pouco mais de quatro anos, onde tratou de assuntos sem relação com a área que agora chefia e colecionou polêmicas, como processo de estudantes e um inquérito da universidade.
Weintraub foi aprovado em 2014 em um concurso como candidato único para dar a aula Aspectos Práticos de Operações de Mercado, e passou com a nota mínima, 7. No mesmo campus, em Osasco, já atuavam sua mulher, Daniela, e seu irmão, Arthur. Após serem acusados de nepotismo em um e-mail anônimo, os irmãos se queixaram à reitoria da Unifesp, que se recusou a levar o caso à Polícia Federal.
Em 2015, Weintraub processou um aluno por uma mensagem enviada em um grupo de membros da universidade. O estudante Mateus de Melo Sampaio escreveu, em uma discussão sobre reformas adminstrativas no campus, que o grupo não teria interesse em “briguinhas de casal”.
No processo, o atual ministro afirma que “tal alegação tinha conotação preconceituosa ao atribuir pejorativamente a ele condição de ser homossexual” e pediu indenização de R$ 31,5 mil. A juíza Debora Menezes julgou a ação improcedente por entender que a “questão repercutiu como mera brincadeira entre os alunos, sem aptidão para ofender a honra”.
Em 2017, quando o apoio dos irmãos Weintraub ao então candidato Jair Bolsonaro se tornou público com a publicação de um texto assinado por eles na página do político, dois Centros Acadêmicos do campus, de Economia e Relações Internacionais, emitiram nota de repúdio aos professores. Em resposta irônica, os docentes publicaram um texto no qual dizem que o CA de Economia deveria “deixar de ser ridículo” e que os alunos “deveriam ter vergonha de puxar a nota média do campus para baixo”.
Weintraub e o irmão Arthur também foram alvos de quatro processos administrativos por responder comentários de estudantes no Facebook.
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V.L. / N.O.