Em discurso de posse, ministro diz que objetivo é “acalmar os ânimos”
O novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi empossado pelo presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira. Em seu discurso, que durou cerca de 10 minutos, o economista e professor da Unifesp enfatizou sua falta de filiação partidária, e insinuou que o motivo do baixo desempenho do Brasil em rankings internacionais seria a influência de Paulo Freire na pedagogia nacional.
“Se o Brasil tem uma filosofia da educação tão boa, que está há muitos anos imperada, Paulo Freire é uma unanimidade, por que temos resultados tão ruins? A gente gasta, em patamares do PIB, o mesmo que países ricos, mas está muito abaixo da média em indicadores internacionais.”
Weintraub disse que seu objetivo é “acalmar os ânimos” e “entregar tudo o que foi prometido no plano de governo, mas com o mesmo que já é gasto”. O MEC sofreu recentemente um corte de R$ 5,8 bilhões no orçamento através de um decreto de Bolsonaro.
O novo ministro ressaltou que é diferente de outros nomes que já ocuparam a pasta. “Não sou filiado a partido político, sou técnico, professor universitário. Tenho capacidade de entregar resultados”.
Bolsonaro falou depois de Weintraub. Em seu discurso, o presidente deu “carta branca” para que o ministro escolha seu primeiro escalão, em referência às disputas entre seguidores do escritor Olavo de Carvalho e militares dentro do MEC que culminaram com a demissão de Vélez Rodríguez.
Bolsonaro disse que espera que, no final do seu mandato, os estudantes brasileiros não estejam mais nos últimos lugares do PISA, ranking internacional que mede a educação básica, e que os jovens “comecem a não se interessar por política, como é atualmente dentro das escolas, mas comecem a aprender coisas que possam, quem sabe, levá-los ao espaço”, em referência ao ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes.
Assista à cerimônia de posse na íntegra.
V.L. / N.O.