Governo diz que só estende prazo para migração se juízes apoiarem a reforma da previdência

Associações de magistrados classificaram a proposta como “descabida e despropositada”

O governo Bolsonaro tentou negociar apoio de associações de juízes à reforma da previdência em troca de mais prazo para a migração de regime e adesão ao Funpresp.

O presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Fernando Mendes, disse ao Estadão que, na quinta-feira passada (28), os magistrados tentavam conseguir prorrogar o prazo de migração de regime previdenciário e adesão ao Funpresp, que terminou em 29 de março. O governo respondeu que o pedido seria atendido somente se a Ajufe publicasse uma nota em apoio à reforma.

“Não poderíamos emitir qualquer nota, até porque há vários pontos da proposta da reforma que estamos questionando. Estamos dispostos ao diálogo, mas a questão do prazo para migração ao Funpresp e a reforma da Previdência são coisas diferentes”, disse Mendes.

Já o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Jayme de Oliveira, considerou a exigência “descabida e despropositada”. “Ou a prorrogação era possível ou não. Na medida em que se colocou a condição ficou claro que a prorrogação poderia ser feitad+ todavia, exigiam apoio à reforma de maneira global. A AMB se recusou a assinar, mesmo porque, apesar de reconhecer a importância de uma reforma da Previdência, a que foi enviada pelo ministro da Economia é desumana e não pode ser aprovada”, disse o presidente.

No último dia 28, associações do poder judiciário publicaram uma carta aberta pedindo o adiamento do prazo de migração para a Funpresp.

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V.L./L.L.