​Com reforma, governo quer economizar R$ 140 mil por servidor

Secretário de Guedes defende alíquota progressiva em audiência na CCJ 

Nos cálculos da equipe econômica de Bolsonaro, a economia obtida com a reforma da previdência em cima de cada servidor público será de R$ 140 mil. No caso dos militares, esse valor, chamado de “esforço da reforma”  (que é a economia total dividida pelo número de beneficiários daquele regime), será de R$ 180 mil. No INSS, de  R$ 9 mil.

Os dados foram mencionados nesta quinta-feira (4) pelo secretário especial adjunto de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, durante audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Aos parlamentares, Bianco disse que as alíquotas previdenciárias crescentes propostas pelo governo na reforma  cobrarão cerca de R$ 1 mil mensal a mais de um servidor público que ganhe R$ 30 mil. “Eu não consigo defender R$ 1 mil a mais no bolso de quem ganha R$ 30 mil, pois é com esse R$ 1 mil que eu posso defender alíquota menor para quem ganha menos.”

Bianco defendeu a constitucionalidade da proposta de alíquotas progressivas, considerada confisco de salário por servidores e advogados. “São alegações da corporação que ganha R$ 30 mil. Sob alegação de defender o mais pobre, querem proteger seus salários dizendo que a alíquota será confiscatória”, afirmou. “Hoje quem ganha mais paga a mesma alíquota (11%), estão dizendo que isso é justiça, mas não é”.

Ontem, na sessão da CCJ que terminou em bate-boca, o ministro da Economia, Paulo Guedes,  disse, citando os mesmos números de Bianco, que o impacto por servidor será 14 vezes maior que a economia por contribuinte do INSS.  ” Nós temos um cálculo. São 71 milhões de pessoas no regime geral. A contribuição de cada um em dez anos é de R$ 9 mil. Na hora que pega o servidor, ele contribuiu com R$ 140 mil (cada um). Este contribuiu 14 vezes mais do que o pobrezinho contribuiu”, explicou, em audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

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N.O.