José J. de Espíndola
O Boletim impresso do APUFSC-Sindical, de número 822, apresenta como manchete de primeira página o seguinte texto: “É hora de definir a filiação nacional”. A seguir, oferece as seguintes alternativas, já aprovadas pelo CR, de filiação: ANDES-SN, PROIFES-Federação, ou seguir como entidade sem vinculação nacional.
Sem entender (até porque isto não foi explicado) a causa, ou o porquê de ter-se chegado a esta surpreendente constatação – “É hora de definir a filiação nacional” –, logo no início do mandato desta diretoria, ocorre-me um artigo que publiquei em 02/02/2017 sobre a natureza e o ‘modus operandi’ daquele notório sindicato nacional, o Andes-SN, para antecipar a conclusão de que voltar a ser seu filiado não é ideal ou sonho: é pesadelo brabo. Naquele artigo mostro que, na abertura do congresso do ANDES-SN, o Hino Nacional foi substituído pela Internacional Socialista e, entre os discursos mais aplaudidos, o de um professor (vinculado ao PCB) que pedia paredão a todos os “burgueses”. O ANDES-SN é uma ofensa aos nossos brios de professores universitários (Presumivelmente pessoas cultas e de bom nível civilizatório. Presumivelmente, falei), um insulto às nossas raízes democráticas, e à nossa aversão ao sectarismo político, ideológico e patologicamente incivilizado, marca identificatória daquele sindicato dominado por comunistas retrógrados. Comunistas retrógrados? Desculpem o pleonasmo.
O que salta assombrosamente aos olhos é a incrível celeridade desta diretoria: ela tomou posse em 21/10/2018 e já obteve, em 31/10/2018 (dez dias apenas após a posse!) a “decisão” do CR de discutir a nova filiação do Apufsc-Sindical, tema que não era sequer abordado coletivamente, quer nas listas, quer no Boletim eletrônico, quer no Boletim impresso. NÃO CONSTAVA, TAMBÉM, DA PLATAFORMA ELEITORAL DESTA DIRETORIA. Daí a perplexidade ante o tema pautado de afogadilho no CR, e na pressa com que a tramitação ocorreu.
Pessoas como eu, que já vivenciaram todo tipo de golpe baixo, não aceitam a explicação oficial da diretoria em nota publicada no site do sindicato. Não, diretoria, não houve “mal entendido”, como fala a nota; houve o contrário, um perfeito entendimento do processo em andamento. O DNA andesiano/petista foi claramente detectado na manobra. Mais adiante, no correr deste texto, isto ficará ainda mais perfeitamente ilustrado.
Eu falei atrás que o tema da filiação não fora sequer abordado coletivamente, como NÃO FORA INCLUÍDO NA PLATAFORMA ELEITORAL DESTA DIRETORIA; mas fica claro que, nos bastidores era, não direi discutido, mas conspirado.
Conspirado! Andesianos/Petistas, quando se reúnem não conversam, não discutem, conspiram! É o que se conclui de nossa história pregressa, enquanto presa daquele sindicato nacional; como também desta história de filiação nada republicana, nada ética, mas – como se verá na sequência deste texto – com DNA andesiano/petista. Tipicamente coisa de saudosistas membros do ANDES-SN (ou militantes lulopetistas, como se verá mais adiante), época de tão tristes memórias para nós, docentes democratas de verdade.
Filiar-se – ou melhor refiliar-se, dado que já fomos filiados no passado – ao ANDES-SN é tornar nosso sindicato financiador, novamente, de instituições nefastas para vida democrática nacional. Só para lembrar, em 2008 nossa contribuição mensal àquele Sindicato do Atraso, o ANDES-SN, era de R$ 26 640,00. Atualizado, este valor seria R$ 50 845, 00 por mês, R$ 610 140,00 por ano e R$ 3 050 700,00 (mais de três milhões) em cinco anos. É uma nota preta para financiar, como no passado, revoadas frequentes de muitos andesianos, CONADs aos montes, almoços e jantares em restaurantes finos e caros para a Nomenklatura do ANDES – SN, passeatas mil e greves políticas adrede planejadas com um ano de antecedência. Todo este custo financeiro para financiar excrecências políticas como o ‘sindicato’ comunista CSP-Conlutas – ao qual o ANDES-SN é filiado – umbilicalmente ligado ao PSTU (na realidade, o CSP-Conlutas é o braço operacional deste partido jurássico), MST (do exército do Stédile, segundo Lula e Roberto Requião), MTST, este um bando de terroristas urbanos, hoje sob a liderança do aloprado Guilherme Boulos, Via Campesina, etc. Em que bela companhia querem nos colocar, de novo!
Vejam a que esta diretoria parece querer submeter nosso sindicato, cuja independência foi conseguida através de uma luta árdua, travada nas listas de discussões, nas Assembleias memoráveis (uma delas com 1040 votos pela desfiliação!) e pela via judicial. Entregar de bandeja nossa independência conquistada nas Assembleias e na Justiça a esta organização jurássica, o ANDES –SN, é traição lesa – APUFSC-Sindical.
A atual diretoria não foi eleita, insista-se, com esta missão ou este propósito. Aliás, há que se repisar para fixar, isto NEM SEQUER FEZ PARTE DO PROGRAMA ELEITORAL EXPLICITO DA CHAPA ÚNICA. O que aumenta em muito – não direi a surpresa -, mas o choque e a revolta. Pelo açodamento (fazem poucos dias de sua posse), não há como não desconfiar de que esta intenção já fazia parte do programa eleitoral não escrito, não explícito, escamoteado dos potenciais eleitores da chapa única. E não venham com esta conversa de que é uma iniciativa do CR. Alguém pautou o CR! E este alguém é o presidente do APUFSC-Sindical.
A raça andesiana/petista é e sempre foi sorrateira e profundamente desonesta. A proposta da atual diretoria reza por este diapasão: é sorrateira e profundamente desonesta.
A ascensão da atual diretoria, eleita em chapa única, com uma votação pífia – se comparada ao número total de sócios do Apufsc – lhe dá legalidade para tocar as coisas do sindicato, mas não lhe dá legitimidadepara liderar um processo que, não previsto em sua plataforma eleitoral, configura-se como um brutal estelionato eleitoral e uma tentativa oportunista para nos entregar de bandeja a um aparelho de velhos militantes comunistas, manjados fosseis políticos – que rezam um catecismo do final do século XIX, um desastre em todos os países onde foi aplicado.
As decisões de Assembleias memoráveis e as vitórias judiciais que o nosso sindicato conquistou não são negociáveis, muito menos quando a outra parte da negociação é a perdedora. O processo tem, por tudo o que já foi aqui dito, a característica de uma trama de bastidores. Configura, claramente, um golpe de poder no nosso sindicato, coisa típica da cultura autocrática das esquerdas, como bem demonstrado naquele fatídico VII Congresso do Andes de 1988, em Juiz de Fora.
Nos Estados Unidos, os sindicatos atuam como escritórios de assessoria jurídica… E é assim que deve ser aqui também. Portanto, aqueles são sindicatos que nada lembram um “aparat”, uma célula de “lutas”, esta que é a essência arqueológica do ANDES-SN e dos membros da CUT. A ideia do sindicato em uma democracia é (sempre falei isso!) defender os legítimos interesses corporativos dos sindicalizados. A política e a ideologia ficam de fora, para os partidos e diretórios de partidos. Ressalvada as diferenças entre os sindicatos das democracias avançadas, em nenhuma delas as entidades operam como “aparelhos”, ou célula de “lutas”, como é a visão esquerdopata que vigora por estas atrasadas plagas.
Mas, nossos “líderes” de araque, nesta subdesenvolvida república bananeira, acham que o sindicato é um aparelho ideológico, uma célula “de lutas”, que deve visar, por exemplo, “estatizar os bancos, sequestrar o capital e construir um governo popular e progressista dos trabalhadores”, patuscada já aprovada como uma das prioridades do ANDES-SN. Nada tão arqueológico, nada tão jurássico, nada tão infamante e deformante de um instrumento que, nas nações civilizadas, estringe-se à importante defesa dos interesses corporativos legítimos dos sindicalizados.
Esperemos que a reforma sindical, já em funcionamento – juntamente com outras medidas que venham a se mostrem necessárias – mande para a Lata de Lixo da História esta concepção retrograda de associação para o sindicalismo. E que, como nos países modernos, o Brasil possa ficar com menos de uma centena de sindicatos, e não com os quase 17000 que nossa legislação trabalhista, moldada segundo a ‘Carta del Lavoro’ de Mussolini, nos legou até agora. Esperemos que sindicatos como o ANDES-SN, ou centrais como CUT, monstruosas aberrações a enfearem nossa democracia, venham também a cair naquela Lata de Lixo da História, que já contém preciosidades como Fascismo, Nazismo, Comunismo e, em boa monta, o Lulopetismo.
Temos uma história rica de combate ao Andes e à irracionalidade política, e esta história já é um patrimônio administrativo, ético e moral do nosso sindicato. Patrimônio que deve ser preservado e não posto à disposição de uma organização sindical jurássica, a mesma já claramente rejeitada em gigantescas Assembleias.
O PROIFES FEDERAÇÃO
Ah, sim, o PROIFES-Federação. Quase não falei ainda sobre ele.
O PPROIFES-Federação é ligado à CUT. Ser ligado à CUT é o mesmo que ser caudatário do PT. Se alguém tem dúvidas sobre a íntima relação carnal CUT-PT, que assista ao vídeo abaixo em que Vagner Freitas, seu atual presidente, discursa em Curitiba, em frente à frente da carceragem de Lula. E o faz na forma de slogans, procedimento usual das organizações de esquerda se comunicarem com “as massas”, que eles supõem (talvez com razão) acéfalas.
https://youtu.be/VZHqvo7MtBM
De qualquer forma, o fim do famigerado imposto sindical quebrou a espinha dorsal da CUT e esta, ao que tudo indica, não terá vida longa. Sua cede em São Paulo já está à venda.
De minha parte, o APUFSC –Sindical ficaria bem como sempre esteve desde 2009: INDEPENDENTE e cuidando dos interesses corporativos de seus associados, como um sindicato moderno.
O PROIFES-Federação (quer dizer, a CUT, quer dizer o PT) NÃO é opção alternativa que preste para qualquer filiação.
Já ouvi que o PROIFES-Federação (quer dizer, a CUT, quer dizer, o PT) entrou nesta pauta safada imposta sorrateiramente ao CR porque o atual presidente do APUFSC-Sindical é, ou já foi, filiado ao PT. Não tenho como comprovar ou negar tal informação. Mas dou ao atual presidente do APUFSC –Sindical a oportunidade de vir a público se explicar sobre esta questão. Ficar em silêncio será confirmar uma das duas coisas: ou é, ou já foi membro de carteirinha do PT. E aí tudo se explica, não é mesmo? Válidas quaisquer dessas duas hipóteses, o detestável ANDES-SN entra nesta manobra como Pilatos no Evangelho: mero figurante para compor uma farsa que visa colocar o APUFSC-Sindical nos braços do PT.
Válidas quaisquer dessas hipóteses? perguntará alguém. Sim, já que, como diz o ditado, quem foi rei sempre será majestade. Não é mesmo, prof. Armando?
O CR, por sua vez, – é ainda o meu entendimento, sem qualquer desdouro a este colegiado – entra nesta manobra como INOCENTE ÚTIL, para construir, perante os que desconhecem o “modus operandi” andesiano (ou petista), a ideia envernizada de processo “democrático”. Na realidade, tão “democrático” quanto o infame golpe de Juiz de Fora que nos levou, por longo tempo, à subserviente e vergonhosa situação de financiadores do que que existe de mais retrógrado, sórdido e nocivo a este país, do ponto de vista sindical e político.
Comecei este texto citando Edmund Burke. Termino citando, de novo, Edmund Burke:
“PARA O TRIUNFO DO MAL SÓ É PRECISO QUE OS BONS NADA FAÇAM”
Professor aposentado do Departamento de Engenharia Mecânica