Para garantir a escolha autônoma, os concorrentes a reitor prometeram retirar a candidatura caso percam o pleito, informa a vice-diretora da Adufrj, Lígia Bahia
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) vai às urnas de 2 a 4 de abril para definir a lista tríplice de nomes para a Reitoria que será encaminhada ao Ministério da Educação (MEC). Segundo a legislação, quem escolhe os reitores das universidades federais é o MEC, mas foram poucas as vezes que o candidato que venceu o pleito na universidade, oficialmente uma consulta pública, não foi nomeado.
Bolsonaro, que já disse que universidades são “redutos de esquerdistas” e “massacradas por ideologia de esquerda”, poderá escolher um nome mais alinhado com a direita, e entrar em conflito com a UFRJ. Em entrevista à CBN, a vice-diretora da Associação dos Docentes da UFRJ (Adufrj), Lígia Bahia, disse que os perdedores prometeram retirar a candidatura após a eleição. Porém, isso não é garantia de que o governo não apóia uma chapa derrotada.
“A gente teme uma atuação do governo Bolsonaro que seja desfavorável a essa unidade. Sabemos que a universidade não é homogênea e que essas articulações ocorrerão. É claro que esse acordo pode se desmanchar. Tudo pode acontecer”, diz.
Três chapas concorrem à gestão 2020-2024. O professor Oscar Motta é o mais alinhado à Reitoria atual de Roberto Leher, que não concorre à reeleição. Também estão no pleito Denise Pires de Carvalho, que fez oposição a Leher ao longo da gestão, e Roberto Bartholo.
Em 1998, no governo Fernando Henrique Cardoso (FHC), o MEC não escolheu o vencedor da eleição para reitor da UFRJ, o que levou a protestos, ocupações da Reitoria e obstruções por parte do Conselho Universitário.
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V.L./L.L.