Luiz Gonzaga de Souza Fonseca
Em debate, a filiação da Apufsc-Sindical à uma entidade nacional e entre as alternativas apresentam-se Proifes e Andes.
Para suporte a esta escolha cabe considerar os objetivos da Apufsc quanto à defesa dos interesses da categoria dos professores universitários que representa.
Destacamos, neste caso, a representação da Apufsc considerando sua composição, espaço e possibilidade de participação no Proifes e Andes.
No caso do Andes, menciona-se a natureza de sindicato nacional onde a Apufsc se tornaria uma Seção Sindical e disputaria espaço com entidades com finalidades importantes, mas de características diferentes daquela dos professores de ensino superior, lidando com categorias como Educação Básica e Magistério superior privado, além do magistério superior. No Proifes a dimensão sindicato da Apufsc é mantida, preservando-se sua estatura e autonomia sindicais com representação da categoria de Ensino Superior e EBTT e atuando no mesmo nível e interesse de sindicatos similares.
As duas entidades Proifes e Andes se assemelham em estrutura, embora no Conselho deliberativo o Proifes ofereça 4 oportunidades de participação e o ANDES apenas 1. A característica participativa e de independência dos sindicatos é muito mais acentuada no Proifes Federação, o que permite mais flexibilidade em suas posições e negociações, característica essa necessária e importante dada às posições fortes do governo na atualidade. Nesta condição a flexibilidade pode conseguir mais que a radicalização, o que configura vantagem para o Proifes.
Outro ponto relevante é a contribuição financeira exigida pelas entidades interessadas na filiação da Apufsc. Enquanto o Proifes cobraria de 4 a 10%, o Andes cobraria até 40% da arrecadação da Apufsc, colocada como uma seção sindical do Sindicato nacional. Isso sugere despesas proporcionalmente muito maiores no Andes para mesmo tipo de funcionamento das entidades.
Cabe avaliar ainda a viabilidade e implicações do pagamento mensal desta contribuição que pode chegar a 40% da arrecadação da Apufsc no caso do Andes. Não parece haver condição financeira do nosso sindicato para uma cobrança deste valor. Isto sugere mais viabilidade financeira na filiação ao Proifes.
Analisando-se os compromissos citados pelo presidente do Andes lê-se “Lutar pela educação pública de qualidade…” e, abaixo, “combater todas as formas de mercantilização da educação”, mesmo tendo entre seus representados o magistério superior privado.
Os setores público e privado podem tratar do mesmo objeto ensino, mas os interesses do segmento públicos e privados com certeza têm diferenças. Como tratar os professores destas categorias numa mesma entidade?
A quantidade de segmentos que o Andes representa constitui uma dificuldade na defesa de seus filiados. Isso e os argumentos apresentados reforçam a escolha do Proifes como a entidades à qual devemos nos filiar, tanto pelo maior espaço de participação, quanto pelo foco de atenção das questões relevantes para a categoria dos professores de nível superior federal, não esquecendo os valores de contribuição a serem pagos pela Apufsc mais razoáveis propostos pelo Proifes.
Aposentado – CTC