São cegos que guiam a outros cegos
Como bem definiu o ex-presidente da Apufsc, Prof. Armando Lisboa (Boletim especial março 2019), a desfiliação da Andes-SN foi uma decisão tomada por vários motivos. Talvez o principal deles tenha sido de que o Andes estava atrelado a partidos políticos, com ideias e posições de uma classe média esclarecida e conscientizada, que acredita erroneamente serem os salvadores dos pobres. Enfim, partidos com uma ideologia completamente fechada.
Por outro lado, penso que a maioria dos professores acredita que os pobres devem salvar-se a si mesmos, de modo que os professores não têm algum papel social e político relevantes com esse problema. Claro, ao fim e ao cabo, os pobres são os únicos que podem fazê-lo. Nisto devemos ser humildes, conseguir uma sociedade mais justa, mais fraterna, mais humana exige um trabalho humilde de aprender com os que trabalham nos campos, nas empresas, nos serviços e também com os desempregados.
Neste momento histórico fica cada vez mais claro que o novo governo do Brasil, com um presidente militar e ministros também militares, contrariamente ao que deveríamos esperar, irá subordinar a solução de importantes problemas e os interesses nacionais – aos Estados Unidos, abdicando de nossa soberania. Nesse sentido, produz asco escutar o ministro da economia, Paulo Guedes, durante o ato oficial que libera o uso da base de Alcântara, dizer que “O presidente ama a América e eu amo a América (…)Amo a Disney, Coca-Cola, Jeans”. Serão estes os mais altos valores que eles “amam” dos Estados Unidos?
O governo ao adotar o neoliberalismo como ideologia, como um tipo religioso que tem o mercado como um novo Deus e os bancos como templos estabelecem juros astronômicos que usurpam as riquezas do Brasil. Criam um sistema no qual o dinheiro que deve circular, se reproduz com a condição de não serem repartidos, somente sabe criar ricos cada vez mais ricos, a custa dos pobres cada vez mais pobres. Assim, fica cada vez mais claro que“são cegos que guiam a outros cegos”, estes caíram na fossa, como caiu Argentina com o governo neoliberal de Macri, que igualmente se subordinou a doutrina Monroe “América para os americanos (do norte)”.
Talvez por isso que este governo não se preocupe com os mais de 62 milhões de pessoas que não tem como pagar suas dívidas e fique somente preocupado com o pagamento da dívida pública com os bancos, sempre regada a altos juros.
Nesse sentido, nosso dever como professores, frente ao desprezo com nossa capacidade intelectual – por vezes considerados como inimigos – éorientar nossas pesquisas para obter resultados que possam ser de natureza aplicada. Acolonização cultural que existe no Brasil nos faz esquecer que nos anos de 1970 o país produzia 3 vezes mais patentes industriais que a Coreia do Sul e hoje aquele país tem cerca de 40 vezes mais que nós. Evidente que existe um grande erro de orientação de nossas pesquisas, que são basicamente desenvolvidas em universidades públicas.
Por isso, devemos exigir das autoridades universitárias e ministeriais que reorientem as pesquisas, criem ou ajudem a criar sólidos laços com o setor industrial. Cada inovação real pode gerar uma nova indústria ou processos produtivos e assim gerar novos empregos adequados a estes tempo. Este caminho simples vai contribuir mais para nossa soberania e independência política do que todas as armas que os americanos do norte nos obrigaram a comprar.
Em relação ao ensino,. este deve ser para formar cidadãos responsáveis, autônomos e críticos, ou seja, com critérios para julgar os acontecimentos. Para isto se deve ensinar a perguntar pelos porquês dos fatos científicos experimentais ou das teorias sociais e filosóficas. Não se pode seguir pensando em formar “meros recursos” humanos para servir a este sistema criador de desigualdades, de ódios e de mortes.
Falar desses aspectos pode parecer desconexo do tema da vinculação nacional de nosso sindicato, mas ao contrário, mostra que as questões nacionais e universitárias estão interligadas e podem ou devem ser pauta sindical também. O ideal seria manter o sindicato autônomo de correntes sectárias ou desconexas com a natureza da universidade e sua função social. Ter um sindicato que representasse somente nossa própria realidade de professores com vínculos empregatícios com o MEC e procurar uma união com outros sindicatos com a mesma orientação ou perspectiva.
Nesse sentido, e também considerando o atual contexto político e social do país, a realidade presente e futura, nos impõe exigências que nos faz escolher alguma entidade de caráter nacional. A meu ver a que reúne as melhores condições, em particular a de preservação de nossa autonomia sindical, é o Proifes-Federação. Esta também não filiação a nenhuma central sindical, apenas parceria com a CUT, que reúne os trabalhadores, os mais afetados por este sistema de criação de desigualdades e iniquidades.
Prof. Rosendo A. Yunes (Aposentado – Depto de Química)
São cegos que guiam a outros cegos
Como bem definiu o ex-presidente da Apufsc, Prof. Armando Lisboa (Boletim especial março 2019), a desfiliação da Andes-SN foi uma decisão tomada por vários motivos. Talvez o principal deles tenha sido de que o Andes estava atrelado a partidos políticos, com ideias e posições de uma classe média esclarecida e conscientizada, que acredita erroneamente serem os salvadores dos pobres. Enfim, partidos com uma ideologia completamente fechada.
Por outro lado, penso que a maioria dos professores acredita que os pobres devem salvar-se a si mesmos, de modo que os professores não têm algum papel social e político relevantes com esse problema. Claro, ao fim e ao cabo, os pobres são os únicos que podem fazê-lo. Nisto devemos ser humildes, conseguir uma sociedade mais justa, mais fraterna, mais humana exige um trabalho humilde de aprender com os que trabalham nos campos, nas empresas, nos serviços e também com os desempregados.
Neste momento histórico fica cada vez mais claro que o novo governo do Brasil, com um presidente militar e ministros também militares, contrariamente ao que deveríamos esperar, irá subordinar a solução de importantes problemas e os interesses nacionais – aos Estados Unidos, abdicando de nossa soberania. Nesse sentido, produz asco escutar o ministro da economia, Paulo Guedes, durante o ato oficial que libera o uso da base de Alcântara, dizer que “O presidente ama a América e eu amo a América (…)Amo a Disney, Coca-Cola, Jeans”. Serão estes os mais altos valores que eles “amam” dos Estados Unidos?
O governo ao adotar o neoliberalismo como ideologia, como um tipo religioso que tem o mercado como um novo Deus e os bancos como templos estabelecem juros astronômicos que usurpam as riquezas do Brasil. Criam um sistema no qual o dinheiro que deve circular, se reproduz com a condição de não serem repartidos, somente sabe criar ricos cada vez mais ricos, a custa dos pobres cada vez mais pobres. Assim, fica cada vez mais claro que“são cegos que guiam a outros cegos”, estes caíram na fossa, como caiu Argentina com o governo neoliberal de Macri, que igualmente se subordinou a doutrina Monroe “América para os americanos (do norte)”.
Talvez por isso que este governo não se preocupe com os mais de 62 milhões de pessoas que não tem como pagar suas dívidas e fique somente preocupado com o pagamento da dívida pública com os bancos, sempre regada a altos juros.
Nesse sentido, nosso dever como professores, frente ao desprezo com nossa capacidade intelectual – por vezes considerados como inimigos – éorientar nossas pesquisas para obter resultados que possam ser de natureza aplicada. Acolonização cultural que existe no Brasil nos faz esquecer que nos anos de 1970 o país produzia 3 vezes mais patentes industriais que a Coreia do Sul e hoje aquele país tem cerca de 40 vezes mais que nós. Evidente que existe um grande erro de orientação de nossas pesquisas, que são basicamente desenvolvidas em universidades públicas.
Por isso, devemos exigir das autoridades universitárias e ministeriais que reorientem as pesquisas, criem ou ajudem a criar sólidos laços com o setor industrial. Cada inovação real pode gerar uma nova indústria ou processos produtivos e assim gerar novos empregos adequados a estes tempo. Este caminho simples vai contribuir mais para nossa soberania e independência política do que todas as armas que os americanos do norte nos obrigaram a comprar.
Em relação ao ensino,. este deve ser para formar cidadãos responsáveis, autônomos e críticos, ou seja, com critérios para julgar os acontecimentos. Para isto se deve ensinar a perguntar pelos porquês dos fatos científicos experimentais ou das teorias sociais e filosóficas. Não se pode seguir pensando em formar “meros recursos” humanos para servir a este sistema criador de desigualdades, de ódios e de mortes.
Falar desses aspectos pode parecer desconexo do tema da vinculação nacional de nosso sindicato, mas ao contrário, mostra que as questões nacionais e universitárias estão interligadas e podem ou devem ser pauta sindical também. O ideal seria manter o sindicato autônomo de correntes sectárias ou desconexas com a natureza da universidade e sua função social. Ter um sindicato que representasse somente nossa própria realidade de professores com vínculos empregatícios com o MEC e procurar uma união com outros sindicatos com a mesma orientação ou perspectiva.
Nesse sentido, e também considerando o atual contexto político e social do país, a realidade presente e futura, nos impõe exigências que nos faz escolher alguma entidade de caráter nacional. A meu ver a que reúne as melhores condições, em particular a de preservação de nossa autonomia sindical, é o Proifes-Federação. Esta também não filiação a nenhuma central sindical, apenas parceria com a CUT, que reúne os trabalhadores, os mais afetados por este sistema de criação de desigualdades e iniquidades.
Prof. Rosendo A. Yunes (Aposentado – Depto de Química)
Rosendo A. Yunes
Como bem definiu o ex-presidente da Apufsc, Prof. Armando Lisboa (Boletim especial março 2019), a desfiliação da Andes-SN foi uma decisão tomada por vários motivos. Talvez o principal deles tenha sido de que o Andes estava atrelado a partidos políticos, com ideias e posições de uma classe média esclarecida e conscientizada, que acredita erroneamente serem os salvadores dos pobres. Enfim, partidos com uma ideologia completamente fechada.
Por outro lado, penso que a maioria dos professores acredita que os pobres devem salvar-se a si mesmos, de modo que os professores não têm algum papel social e político relevantes com esse problema. Claro, ao fim e ao cabo, os pobres são os únicos que podem fazê-lo. Nisto devemos ser humildes, conseguir uma sociedade mais justa, mais fraterna, mais humana exige um trabalho humilde de aprender com os que trabalham nos campos, nas empresas, nos serviços e também com os desempregados.
Neste momento histórico fica cada vez mais claro que o novo governo do Brasil, com um presidente militar e ministros também militares, contrariamente ao que deveríamos esperar, irá subordinar a solução de importantes problemas e os interesses nacionais – aos Estados Unidos, abdicando de nossa soberania. Nesse sentido, produz asco escutar o ministro da economia, Paulo Guedes, durante o ato oficial que libera o uso da base de Alcântara, dizer que “O presidente ama a América e eu amo a América (…)Amo a Disney, Coca-Cola, Jeans”. Serão estes os mais altos valores que eles “amam” dos Estados Unidos?
O governo ao adotar o neoliberalismo como ideologia, como um tipo religioso que tem o mercado como um novo Deus e os bancos como templos estabelecem juros astronômicos que usurpam as riquezas do Brasil. Criam um sistema no qual o dinheiro que deve circular, se reproduz com a condição de não serem repartidos, somente sabe criar ricos cada vez mais ricos, a custa dos pobres cada vez mais pobres. Assim, fica cada vez mais claro que“são cegos que guiam a outros cegos”, estes caíram na fossa, como caiu Argentina com o governo neoliberal de Macri, que igualmente se subordinou a doutrina Monroe “América para os americanos (do norte)”.
Talvez por isso que este governo não se preocupe com os mais de 62 milhões de pessoas que não tem como pagar suas dívidas e fique somente preocupado com o pagamento da dívida pública com os bancos, sempre regada a altos juros.
Nesse sentido, nosso dever como professores, frente ao desprezo com nossa capacidade intelectual – por vezes considerados como inimigos – éorientar nossas pesquisas para obter resultados que possam ser de natureza aplicada. Acolonização cultural que existe no Brasil nos faz esquecer que nos anos de 1970 o país produzia 3 vezes mais patentes industriais que a Coreia do Sul e hoje aquele país tem cerca de 40 vezes mais que nós. Evidente que existe um grande erro de orientação de nossas pesquisas, que são basicamente desenvolvidas em universidades públicas.
Por isso, devemos exigir das autoridades universitárias e ministeriais que reorientem as pesquisas, criem ou ajudem a criar sólidos laços com o setor industrial. Cada inovação real pode gerar uma nova indústria ou processos produtivos e assim gerar novos empregos adequados a estes tempo. Este caminho simples vai contribuir mais para nossa soberania e independência política do que todas as armas que os americanos do norte nos obrigaram a comprar.
Em relação ao ensino,. este deve ser para formar cidadãos responsáveis, autônomos e críticos, ou seja, com critérios para julgar os acontecimentos. Para isto se deve ensinar a perguntar pelos porquês dos fatos científicos experimentais ou das teorias sociais e filosóficas. Não se pode seguir pensando em formar “meros recursos” humanos para servir a este sistema criador de desigualdades, de ódios e de mortes.
Falar desses aspectos pode parecer desconexo do tema da vinculação nacional de nosso sindicato, mas ao contrário, mostra que as questões nacionais e universitárias estão interligadas e podem ou devem ser pauta sindical também. O ideal seria manter o sindicato autônomo de correntes sectárias ou desconexas com a natureza da universidade e sua função social. Ter um sindicato que representasse somente nossa própria realidade de professores com vínculos empregatícios com o MEC e procurar uma união com outros sindicatos com a mesma orientação ou perspectiva.
Nesse sentido, e também considerando o atual contexto político e social do país, a realidade presente e futura, nos impõe exigências que nos faz escolher alguma entidade de caráter nacional. A meu ver a que reúne as melhores condições, em particular a de preservação de nossa autonomia sindical, é o Proifes-Federação. Esta também não filiação a nenhuma central sindical, apenas parceria com a CUT, que reúne os trabalhadores, os mais afetados por este sistema de criação de desigualdades e iniquidades.
*Professor Aposentado – Depto de Química