A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) ainda não informou os coordenadores dos cursos de pós-graduação as datas e os valores dos repasses de verbas previstas para este ano. Normalmente, a Capes informa a estimativa anual dos recursos no ano anterior, de forma a permitir o planejamento das atividades. Pesquisadores ouvidos pelo site Direto da Ciência dizem que a falta de uma previsão de pagamento limita o planejamento das atividades de pesquisa.
“Estamos fazendo nosso planejamento com base no cenário mais pessimista, que consistiria em não receber verba alguma. Antes, podíamos planejar enviar um aluno para uma apresentação no exterior, por exemplo. Nessa situação, temos que limitar esse tipo de atividade, porque é preciso fazer com que o dinheiro dure o resto do ano”, diz o professor Roberto Hirata, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação da Universidade de São Paulo (USP).
Hirata atribui o atraso na estimativa de pagamento à “desorganização” no MEC, resultante da crise porque passa o ministério. “Até entendo o que está acontecendo. O MEC está de certa forma acéfalo, no sentido de que o novo ministro não tem muita experiência no cargo e está tendo dificuldades, mas acredito que isso será superado quando o governo ficar mais estável”, disse.
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