“Há um motim para derrubar Ricardo Vélez Rodríguez”, diz Estadão

Em seu blog no jornal O Estado de São Paulo, a jornalista Renata Cafardo afirma que “há um motim dentro do próprio Ministério da Educação (MEC) para enfraquecer e derrubar Ricardo Vélez Rodríguez”.  Ela identifica três grupos rivais dentro do ministério – ideólogos, militares e técnicos – e avalia que a rivalidade entre eles se acentuou depois da crise gerada pela divulgação da carta da MEC às escolas pedindo que os alunos fossem gravados cantando o hino nacional.

Os ideólogos são os integrantes ligados ao escritor Olavo de Carvalho, os quais, informa Renata Cafardo, já passaram a divulgar nomes de possíveis substitutos, alinhados com eles, para o cargo de Ministro da Educação.Entre esses nomes estão o de Carlos Nadalim, atual secretário de Alfabetização, dono da escola Balão Mágico, de Londrina, e defensor do ensino domiciliar. O outro nome cogitado é o do militar Eduardo Miranda Freire de Melo, que acaba de ser exonerado do cargo de secretário executivo adjunto da secretaria executiva do MEC.

Fontes ouvidas em sigilo pelo Estadão teriam afirmado que Eduardo Melo seria um dos organizadores do enfraquecimento do ministro Vélez Rodríguez. A assessora Bruna Becker, da área de políticas internacionais do MEC, ligada a Felipe Martins, discípulo de Olavo de Carvalho, também estaria na articulação do movimento pela derrubada do ministro. Martins é atualmente assessor internacional do presidente Jair Bolsonaro.

Na segunda-feira (11), acompanhado dos assessores e ex-alunos Marco Antônio Barroso Faria e Bernardo Goytacazes, e também da deputada federal Bia Kicis (PFL-DF), o ministro Vélez Rodríguez  teve uma audiência com o presidente Jair Bolsonaro. Havia expectativa de que ele deixasse o cargo, mas, ao invés disso, foram publicadas as exonerações.

Fogueira de Crendices 

A Folha de S. Paulo pulblicou nesta terça-feira um editorial em que critica o Ministério da Educação e cobra ações concretas do governo na área. O texto diz que Vélez, assim como Ernesto Araújo, de Relações Exteriores, “perde tempo precioso administrando uma mistura de vaidade, superstições e despreparo”. E conclui: “A responsabilidade maior é do presidente, que enxerga o país pelas lentes enviesadas da internet”. Para ler o editorial na íntegra, clique aqui

Leia: O Estado de São Paulo, Folha 


L.L.