Bolsonaro determina que Ministro da Educação exonere assessor criticado por Olavo de Carvalho

Após novas críticas de Olavo de Carvalho no Twitter, o presidente Jair Bolsonaro determinou no domingo (10)  que o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, exonere o coronel Ricardo Wagner Roquetti do cargo de diretor de Programa da Secretaria-Executiva da pasta. Mesmo sem previsão na agenda oficial, o presidente se encontrou com o ministro da Educação no Palácio da Alvorada no domingo. No mesmo dia, o próprio coronel Roquetti confirmou ao jornal Folha de São Paulo que o presidente pediu seu afastamento.

“O presidente pediu meu afastamento hoje em conversa pessoal com o ministro. A exoneração deve ocorrer durante a semana, pois é um ato administrativo burocrático que leva tempo”, disse o coronel. Ele não comentou o motivo do afastamento.

A exoneração do coronel Roquetti dá sequência a uma série de afastamentos de assessores do MEC nos últimos três dias.  Na última sexta-feira (8), o ministro Veléz Rodríguez já tinha afastado assessores ligados a Olavo de Carvalho depois que o escritor criticou a ala militar do governo em sua página no Twitter e recomendou que seus ex-alunos deixassem o governo.

Em nova série de tuítes no último domingo, o alvo das críticas de Carvalho foi o coronel Roquetti, a quem atribuiu a responsabilidade pelo comunicado do MEC às escolas solicitando que os alunos fossem gravados cantando o hino nacional.

Responsável por indicar Vélez Rodríguez para o cargo de ministro da Educação, o escritor acusa o coronel Roquetti de “blindar” o ministro. “As reuniões passaram a acontecer com portas fechadas, e dentro da sala somente ele, Vélez e Tozi. Assim, por exemplo, foi decidida a questão da carta (diferente do que a mídia propagou, de que os autores eram os alunos do Olavo – MENTIRA).”, tuitou Carvalho no último domingo. Ele se refere a Luiz Antonio Tozi, secretário executivo do MEC, a quem também criticou: foi o “primeiro Cavalo de Troia no ministério”, por ser “ligado ao ensino técnico e ao PSDB”.

“Olavistas” dizem que Vélez Rodríguez foi induzido a erro por militares

 

 “Olavistas” acusam os coronéis e generais da reserva com cargos no MEC de isolar o ministro Ricardo Vélez Rodríguez e, ainda, de “sabotar” ações da pasta defendidas na campanha de Jair Bolsonaro. No Facebook, Olavo de Carvalho publicou que oficiais militares induzem Vélez Rodríguez a tomar “atitudes erradas” e depois culpam seus alunos. “São trapaceiros e covardes”, acusa.

O assessor especial do MEC Silvio Grimaldo relacionou os ataques ao grupo de Olavo dentro do MEC à demissão do diplomata Paulo Roberto de Almeida da direção do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais. No Carnaval, Almeida foi exonerado após divulgar críticas à política externa e ao próprio ministro Ernesto Araújo. O diplomata afirmou que Carvalho estava por trás de sua demissão, o que foi negado pelo escritor.

“É no mínimo uma deliciosa coincidência que alguns dias depois do Paulo Roberto ser demitido do Ministério das Relações Exteriores e atribuído sua demissão ao Olavo, o coronel tenha organizado a desarticulação da influência do Olavo dentro do MEC. Se não fosse uma simples coincidência, eu chamaria retaliação”, ataca Grimaldo.

Leia: Folha de São Paulo/Jornal do Brasil


L.L.