Diante do anunciado reajuste de 24,12% no plano da Unimed para professores e servidores da UFSC, a Apufsc pede explicações à PRODEGESP sobre este percentual “inaceitável” e se mobiliza para evitar que a UFSC renove contrato com a empresa com este reajuste. Entre professores, técnicos administrativos e seus dependentes, o Plano de Sáude dos Servidores da UFSC oferecido pela Unimed atende a mais de 15 mil pessoas
A Universidade Federal de Santa Catarina está entre os três maiores clientes da Unimed no Estado. No ano passado, as mensalidades pagas à prestadora de serviços somaram R$ 73,7 milhões.
“Este reajuste está fora de qualquer padrão que os docentes da UFSC possam suportar. A UFSC não pode ser refém da Unimed”, avalia o presidente da Apufsc Sindical, Bebeto Marques. Ele sugere à Reitoria que considere a possibilidade de providenciar uma auditoria no contrato com a Unimed, para que o índice de sinistralidade – principal justificativa da Unimed para o reajuste – seja averiguado.
A diretoria da Apufsc Sindical está com reunião agendada com a pró-reitora de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas, Carla Cristina Dutra Burigo, para a semana seguinte ao Carnaval. Em carta à pró-reitora, no último dia 25, a diretoria também formalizou o pedido de explicações sobre o processo licitatório com a Unimed e o referido reajuste.
A justificativa da Unimed para o reajuste de 24,12% nas mensalidades é o chamado índice de sinistralidade, que significa a diferença financeira entre as receitas do valor das mensalidades (mais contrapartida patronal e participação) e os custos assistenciais.
O cálculo do reajuste é feito com base neste índice e também deve considerar a inflação do ano anterior – em 2018 a inflação ficou em 3,75%. De acordo com informações da Unimed, em 2018 a sinistralidade real do plano com a UFSC foi de 93,09%, o que corresponderia a um prejuízo de R$ 13,3 milhões para a empresa.
Embora o atual contrato com a Unimed esteja para vencer em 31 de março deste ano, o Departamento de Atenção à Saúde da PRODEGESP não chamou para o debate a comissão de entidades sindicais criada em 2017 com o objetivo de acompanhar o contrato com a Unimed. Naquele ano, em função do reajuste de 22,85%, considerado “abusivo”, o então reitor Luiz Carlos Cancelier de Olivo criou uma comissão com representantes da Apufsc e do Sintufsc para participar das reuniões de negociação com a Unimed.
“Se a administração já sabia desses números, a comissão deveria ter sido chamada. Perdemos tempo de ajudar a formatar um novo contrato”, lamenta Bebeto. A cada três meses, a Unimed repassa à UFSC os dados financeiros do contrato, inclusive o índice de sinistralidade do plano, que norteia o percentual de reajuste. O diretor do Departamento de Atenção à Saúde (DAS) da PRODEGESP, que trata diretamente com a Unimed, Paulo Eduardo Botelho, foi procurado nesta quinta-feira (28) pela reportagem da Apufsc, mas não deu retorno.
L.L.
Confira abaixo tabela com os reajustes e os índices de inflação desde 2008
(Fonte: conselho dos representantes do CFH no Conselho Universitário da UFSC)