O aumento da escolaridade da população brasileira contribuiu para elevar as oportunidades de emprego e elevou em 12% os rendimentos dos trabalhadores brasileiros entre os anos de 2012 e 2018. É o que conclui estudo realizado pelo Banco Central (BC) com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do IBGE. A análise da instituição financeira comparou os rendimentos atuais da população ocupada com a renda simulada caso os níveis educacionais não tivessem mudado desde 2012.
“Tais resultados corroboram o impacto positivo do avanço da escolaridade nos salários observado nos últimos anos, o que está de acordo com o esperado e com a literatura sobre o tema”, aponta o estudo do Banco Central. Outro ponto da pesquisa do IBGE destacado pela análise foi o aumento da média do tempo de estudo dos trabalhadores formais desde 1992 até 2018: passou de 5,8 para 9,9 anos.
No período 2012-2018, houve também aumento de escolaridade entre a população empregada. A parcela de trabalhadores com ensino médio cresceu de 35,6% para 39,3%, enquanto a dos que têm somente ensino fundamental caiu de 17,2% para 14,7%. O percentual no nível superior aumentou de 15% para 20%.
Outro aspecto analisado pelo BC é o tempo de experiência, que aumenta o rendimento para todos os níveis de escolaridade, com maior efeito para a população com ensino superior completo. Cada ano de experiência aumenta 1,7% o rendimento/hora dos trabalhadores com ensino superior em comparação a 1% das demais escolaridades. A tendência apontada pelo Banco Central é de crescimento no número de trabalhadores jovens com ensino superior completo.
O BC destaca como a escolaridade de uma geração tem impacto no longo prazo. Dos nascidos entre 1970 e 1974, 1,8% tinham concluído o nível superior com até 24 anos. Nas gerações seguintes, entre os nascidos entre 1990 e 1994, o índice atinge 6,6% na mesma faixa etária.
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C.D./L.L