A reunião aberta da secretaria regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC-SC), realizada ontem, discutiu a situação da ciência e tecnologia em Santa Catarina e levantou possíveis medidas para combater o desmonte do investimento científico no Brasil. Entre as sugestões, está uma ação jurídica para que 2% da receita do Estado seja investida em pesquisas científicas e tecnológicas, como manda o artigo 193 da Constituição Estadual de Santa Catarina. Cerca de 30 pessoas participaram do encontro, entre professores, alunos de pós-graduação e graduação.
O presidente da Apufsc, Carlos Alberto Marques, esteve presente e reiterou o compromisso do sindicato com a defesa da universidade pública. Marques propôs pressionar o governo estadual para que os 2% sejam investidos na Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) através de uma ação jurídica.
“Após tentativas de diálogo com o novo governo, sem sucesso, estamos estudando uma ação judicial para que Artigo 193 da Constituição Estadual seja obedecido, e para que esses recursos sejam direcionados à Fapesc, que se encontra extremamente precarizada”, diz Marques.
O secretário regional da SBPC-SC, professor André Ramos, presidiu a reunião, e também falou na valorização da Fapesc e na necessidade do cumprimento da constituição estadual. Para ele, a SBPC-SC “tem o papel fundamental nesse debate, ou seja, promover políticas públicas de incentivo à pesquisa e também estimular a popularização da ciência e tecnologia”.
Outra ação proposta no encontro foi organizar uma caravana para a 71ª Reunião Anual da SBPC, que acontece entre 21 e 27 de julho, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande. É o maior evento científico da América Latina.
Segundo Ramos, a secretaria regional da sociedade em Santa Catarina esteve inativa nos últimos anos, mas voltou a atuar em julho de 2017. Recentemente, a SBPC-SC contemplou oito projetos com o edital “SBPC Vai à Escola”, que premia iniciativas que busquem aproximar alunos de ensino fundamental e médio de escolas públicas dos temas de ciência e tecnologia.
Retrocessos
Ramos também comentou projetos que circulam no governo federal para a educação, como o Escola Sem Partido. “É uma verdadeira aberração, tanto política quando social e cultural, que vem sendo inserida no debate como se fosse haver qualquer impacto na qualidade do ensino. É preciso uma união de setores democráticos da sociedade para barrar esse projeto.”
Processo eleitoral
Outro ponto discutido na reunião foi a abertura do processo eleitoral da SBPC, que começa em março e termina em julho deste ano. Serão escolhidas a nova diretoria da sociedade e a das secretarias regionais, com mandato de dois anos, bem como membros para o conselho nacional, com mandato de quatro anos e sede em São Paulo.
O calendário completo do processo será divulgado no dia 1º de março. Estão aptos a participar da votação online os sócios que contribuíram com a anuidade em 2018 ou 2019.