Ex-presidente do Inep: “Querer ver o Enem antes da aplicação é uma questão política”

Na opinião da ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Maria Inês Fini, a pretensão anunciada do presidente Jair Bolsonaro de ver a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) antes de sua aplicação é uma “questão política”, que vai além da segurança do exame. Como integrante da equipe que criou o Enem, em 1998, e na condição de ex-presidente do Inep, que liderou nos últimos dois anos e meio, Maria Inês Fini afirma que o exame precisa de modernização, mas que “as mudanças não partem da vontade do presidente do órgão, e sim da capacidade e da qualidade do que ele vai propor de maneira participativa e democrática”.

Em entrevista ao jornal O Globo, Maria Inês Fini diz que o presidente, se quiser analisar a prova, deve apresentar as credenciais de expert na área que ela mesma apresentou, como doutora em educação, especialista em currículo e avaliação e fundadora da Faculdade de Educação da Unicamp. Sobre a nova gestão do Inep, atualmente presidido pelo ex-professor da FGV Marcus Vinicius Rodrigues, a ex-presidente espera que a prova não seja comprometida: “O Inep até hoje resistiu bravamente a todas as mudanças políticas sem perder o foco na sua missão […] O Enem é do Brasil”.

Sobre as acusações feitas por membros do governo Bolsonaro de que a prova do Enem teria “doutrinação ideológica”, Maria Inês Fini rebate: “todas avaliações que o Inep faz são baseadas em conceitos científicos, filosóficos e artísticos. Não há possibilidade de o Inep fazer coisas de outra natureza”.

Leia a entrevista completa: O Globo


L.S. / L.L.