Em sua nota de esclarecimento sobre a questão da filiação nacional da APUFSC, a Diretoria esclarece alguns pontos, mas deixa outros pontos obscuros que desejo brevemente apontar.
No ponto 5 da nota da Diretoria lemos que
5. A AG que, em 2009, decidiu pela desfiliação do ANDES-SN, não indicou a filiação a qualquer outra entidade ou outra solução para esta questão crucial.
Devemos lembrar que a questão da filiação nacional nunca foi objeto de discussão daquela AG de 2009, e tampouco faria sentido que uma AG convocada para desfiliar a APUFSC da ANDES discutisse em seguida uma filiação nacional, já que o “timing” não recomendaria isso. Contudo, nas discussões que antecederam essa tomada de decisão da AG de 2009 sempre foi colocada a possibilidade de reunir a APUFSC junto a outros sindicatos que estavam se separando ou já tinham se separado da ANDES formando uma federação de sindicatos independentes, que seria uma opção ao PROIFES, que era mais alinhado a CUT e, portanto, ligado ao PT. Assim, o que se vislumbrava como representação nacional da APUFSC pós-desfiliação era uma reunião de sindicatos autônomos independentes, algo que parece não ser contemplado na proposta de filiação nacional encaminhada pelo CR.
No ponto 6 da nota da Diretoria lemos que
6. Em respeito à decisão da AG de 2009, que continua em vigor, a atual gestão decidiu, desde seu início, não aceitar convites para participar de eventos de qualquer entidade sindical nacional, até que a categoria se manifeste a respeito da questão numa nova AG convocada para este fim. Pela mesma razão, o Departamento Jurídico da Apufsc-Sindical segue atuando para barrar a ação de sindicato que atua ilegalmente em nossa base territorial, conforme decisões já ganhas na Justiça.
Ora, vejam que parodoxo. A atual Diretoria afirma que seu departamento jurídico atua para barrar a ação de um sindicato que atua ilegalmente em nossa base territorial, contudo a Diretoria não nomeia que sindicato é esse. Ora, esse sindicato é exatamente a ANDES!!!! É então inacreditável que entre as opções de filiação nacional seja contemplada a filiação nacional junto a ANDES, pasmem, o mesmo sindicato que desde 2009 não reconhece e contesta na justiça a decisão soberana da APUFSC de não ser mais seção sindical da ANDES.
Mas, façamos uma reflexão, por que haveríamos de pensar numa filiação nacional junto a um sindicato como a ANDES que parece aceitar a APUFSC apenas como sua seção sindical? Por que haveríamos de nos sujeitar as práticas pouco saudáveis da ANDES onde decisões importantes são tomadas em AG”s sem um quórum mínimo e onde prevalece a prática do assembleísmo? Por que haveríamos de nos sujeitar a um sindicato como a ANDES que extrapola sua função de representar a categoria docente adotando a uma linha ideológica e política de esquerda, como se isso representasse a posição da categoria como um todo? Desejamos ser subservientes dessa forma? Se a ANDES age de forma arrogante e desrespeita a APUFSC ao não reconhecer decisão dos seus associados, o mínimo de independência que devemos ter é que seja excluída a opção de filiação nacional a ANDES.
Marcelo Carvalho
Professor do Departamento de Matemática