O Relatório de Monitoramento Global da Educação 2019 (GEM 2019), divulgado nesta segunda-feira (19) na Alemanha pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), mostra que quanto mais pobre é o país, geralmente maior é a contribuição das famílias na educação.
Na média global, as famílias ficam com um quinto da conta dos gastos em educação. Mas, em alguns países, particularmente os mais pobres, como El Salvador, os gastos das famílias chegam a 50% do total do custo da educação.
Segundo o GEM 2019, os governos respondem por 79% do total de gastos com educação no mundo, enquanto as famílias contribuem com 21%, em média. Dados do Instituto de Estatísticas da Unesco mostram que a contribuição de famílias com a educação em Uganda equivale a 3,9% do produto interno bruto (PIB- soma de todos os bens e serviços produzidos no país) e representa 63% do total de gastos com educação no país, enquanto nos países ricos a contribuição das famílias é, em média, menor que 1% do PIB.
Exclusão sistema educacional
Por meio de comunicado a imprensa, o diretor do relatório, Manos Antoninis, disse que na medida em que se torna necessário contar com o orçamento das famílias para pagar a conta da educação, a chance de que pessoas sejam excluídas do sistema educacional aumenta.
“As famílias estão cobrindo os custos de itens previsíveis todos os dias, como livros didáticos, suprimentos ou transporte, mas, nos países mais pobres, onde os sistemas de educação pública são mais fracos, as famílias também podem estar pagando taxas informais, mensalidades de escolas particulares ou mensalidades privadas suplementares. Isso pode ter consequências graves sobre a forma como a educação é oferecida a todos”, disse.
Gastos anuais
De acordo com o relatório, 0,5% do gasto anual global em educação ocorre nos países mais pobres do mundo. Segundo o levantamento, os gastos com educação de governos, famílias e doadores somam US$ 4,7 trilhões em todo o mundo.
Desse total, US$ 3 trilhões (65%) são investidos em países de alta renda e US$ 22 bilhões em países de baixa renda, embora os dois grupos de países analisados tenham praticamente o mesmo número de crianças em idade escolar.
Fonte: EBC