Aprendendo sobre a Nicarágua

Gostei muito de ver que o prof. Marcelo conhece bem a situação e a história da Nicarágua, que parece estar caótica nos últimos anos. Daniel Ortega, que chefiou a revolução sandinista, que expulsou Somoza e outros parceiros da United Fruit, que vinham desgraçando o país há um século, parece também ter se tornado um ditador, provavelmente corrupto. Ele afirma que a ditadura é intrínseca ao comunismo, que parece ter sido implantado na Nicarágua.

O país, após conseguir se livrar do segundo Somoza, que aliás foi depois misteriosamente explodido no Paraguai, foi por vários anos atacado por guerrilheiros de direita, chamados “contras”, financiados pelos americanos, que fizerem mil barbaridades antes de sumirem para o lixo da história. Como jamais estive lá e só tenho tido notícias esparsas sobre a história recente do país, suponho que, já que o sistema econômico de lá foi comparado ao da União Soviética e da China em seu funcionamento e violência, o atual ditador tomou as terras de todos, levou o país à miséria e executou milhares de suspeitos, como fizeram Stalin e Mao.

É bem mais provável que o presidente, como muitos têm feito na África e América Latina, tenha tomado conta do país e se mostrado corrupto. Fora isto, não sei na realidade como funciona o país.

Eu ficaria muito feliz em ter notícias confiáveis da situação do país. Acho muito interessante a atenção que vem sendo dada à crise na Nicarágua, todas as noites William Bonner dizendo que “o governo esquerdista da Nicarágua” matou tantos manifestantes. Confesso jamais ter visto alguém dizendo “o governo direitista da Guatemala” matou… Adicionalmente, há muita preocupação com as liberdades individuais em Cuba, mas nada vejo sobre outras países ou ilhas miseráveis do Caribe, como Jamaica, Haiti e República Dominicana, além de relatos de crises econômicas e humanitárias insuportáveis.

Suponho que estas ilhas, que como Cuba produziam exclusivamente açúcar na década de 1950, tenham ciência e indústria mais desenvolvidas que as de Cuba e que seu povo seja livre e não haja pobreza por lá. Elas certamente não têm os bordéis e os mafiosos americanos que Cuba tinha antes da revolução dos Castro, pois devem ter progredido muito mais que Cuba neste meio século.

Suponho que violência seja associada ao comunismo, mas não ao capitalismo, já que os outros países da região vão muito bem, sem violência. Mesmo que haja gangues assustadoras nos países do istmo, que induzem os habitantes a procurar desesperadamente ir para os Estados Unidos. Talvez alguns até tentem vir para este nosso pobre país, que era maravilhoso antes de 2002, mas foi estragado pelos petistas.

Fico feliz por ver que após se livrar da “praga petista” e enjaular o “monstro”, estamos no caminho certo, com a limpeza e reorganização capitalista que vem sendo feita por aqui. Só é preciso dizer aos 60 mil que são assassinados por ano e os 14 milhões de desempregados, muitos destes morando na rua, que tenham paciência, pois eles são apenas vítimas daqueles governos comunistas de 2003 a 2016.

Como é muito difícil ter acesso a informações confiáveis sobre estes países caribenhos, tenho que confiar no que dizem os críticos, que certamente são grandes conhecedores e não têm viés anti-esquerdista.


Carlos Brisola Marcondes

Professor do Departamento de  Microbiologia,  Imunologia e  Parasitologia (MIP)