O massacre dos palestinos

Eu sei, não é fácil remar contra a corrente.

Ainda mais contra a “avalanche” da mídia hegemônica.

Palestinos? São dezenas de mortos, centenas de feridos em manifestações pacíficas.

Será que o belicista e fascista primeiro ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, quer imitar o que foi feito contra o seu povo na Segunda Guerra Mundial?

É claro: virão os lugares comuns: chamar quem condena o massacre de “antissemita”.

Nutro um grande respeito pela cultura judaica e seus descendentes, como Karl Marx, Sigmund Freud, Franz Kafka e tantos outros.

O álibi facilitário a favor de Israel é culpar sempre o Hamas.

É exagero chamar de “genocídio” o que Binyamin Netanyahu está cometendo contra a indefesa população palestina nos territórios ocupados?

Sempre aprendemos a defender a autodeterminação dos povos.

Esta mídia pró-Israel esquece o principal: o povo palestino foi expulso dos seus territórios

O invasor é Israel. Não o contrário.

O sionismo, fonte ideológica do Estado de Israel – como lembra Breno Altman – foi forjado por Theodor Herzi (1860-1904).

No início, essa doutrina apresentava-se como expressão da legítima reivindicação do povo judeu à emancipação.

Israel, aliado dos Estados Unidos a partir dos anos 50, transformou -se em um dos países militarmente mais poderosos do mundo. Além de possuir a “eterna” proteção do Conselho de Segurança da ONU, pelo poder de veto dos EUA.

Para os árabes-palestinos, que vivem nos territórios ocupados, depois da Guerra de 1967, vigora um “apartheid” (separação) brutal e implacável”.

Segundo Breno Altman, Israel está se tornando um “Estado teocrático, racista e colonial, chocando o ovo da serpente fertilizado há mais de cem anos”.

(Brasília, maio de 2018)


Emanuel Medeiros Vieira

Escritor