O vencedor da eleição à reitoria da UFSC, Ubaldo Balthazar, reconheceu a necessidade de reformas e ampliação da Moradia Estudantil. As dependências destinadas aos alunos de baixa renda passam por problemas como infiltração, infestação de insetos e rachaduras nas paredes. Segundo ele, além de obras emergenciais que atenuem a situação, não está descartada a hipótese de aquisição de um imóvel para ampliar as acomodações. Atualmente, a edificação tem 167 leitos.
– É muito pouco diante do contingente de universitários carentes – afirmou o futuro reitor ontem à tarde.
A recuperação da Moradia Estudantil faz parte das ações imediatas previstas por Balthazar, que incluem ainda reduzir as filas no Restaurante Universitário (RU) e atenção ao Hospital Universitário (HU). No refeitório, uma possibilidade é usar a antiga cozinha, o que aumentaria a capacidade de atendimento em cerca de 400 vagas. No HU, entre as demandas urgentes, o eleito se mostrou preocupado com os setores de emergência (adulta e pediátrica).
– Não condizem com o que entendemos que devam ser em um hospital de ponta.
Apesar do orçamento da UFSC para este ano ser de R$ 1,4 bilhão – se fosse uma cidade, seria a quarta maior do Estado –, Balthazar ressaltou que 80% desse total vão para pagamento de pessoal e custeio e 10% são contingenciados. Ou seja, sobra muito pouco para investir. Para viabilizar as melhorias planejadas, ele conta com o que chama de “vontade política”. Os R$ 10 milhões indispensáveis para a construção de um prédio para a Medicina no campus de Araranguá seriam um exemplo disso:
– Tentaremos via emenda parlamentar com nossos deputados federais – explicou.
A expectativa de Balthazar é tomar posse em maio, após os trâmites no Ministério da Educação (MEC). Embora seja tratado como uma eleição, o processo que o consagrou com (em percentuais corrigidos) 56,2% dos votos é uma consulta à comunidade universitária, composta por professores, servidores e alunos. Para que ele possa assumir o cargo, há um protocolo a ser seguido. O resultado homologado da apuração é encaminhado ao Conselho Universitário (CUn), que monta uma comissão eleitoral para elaborar a lista tríplice a ser encaminhada ao MEC – encabeçada pelo seu nome por ter sido o mais votado. A praxe é o governo federal aprovar.
Até lá, ele continua como reitor pro tempore, função que desempenha desde o afastamento da vice-reitora Alacoque Lorenzini Erdmann. Ela foi alçada ao posto depois do suicídio do titular Luiz Carlos Cancellier, em outubro de 2017, mas pediu licença por motivos de saúde no final do mesmo mês. Conforme Balthazar, Alacoque prometeu voltar à reitoria no próximo dia 25.
AÇÕES PREVISTAS NO PLANO DE GESTÃO
Algumas medidas propostas por Ubaldo Balthazar nas áreas em que planeja ações imediatas como reitor:
MORADIA ESTUDANTIL
* Manter a coleta seletiva de resíduos na Moradia Estudantil
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
* Fiscalizar o contrato com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH, gestora do HU), com previsão de contratação de 255 empregados neste ano e reabertura de 72 leitos até julho
* Manter o HU 100% público, gratuito e em conformidade com as políticas do SUS
* Angariar, junto à EBSERH, à bancada federal catarinense, ao MEC e ao Ministério do Planejamento, aporte financeiro para viabilizar a construção do bloco onde será instalada a unidade de hospital-dia, ampliação do centro cirúrgico e unidade cirúrgica
RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO
* Viabilizar a ampliação para 500 novas vagas, com a utilização da cozinha desativada como salão para refeições
* Buscar recursos para ampliação da cozinha industrial
* Realizar estudo de melhoria no sistema de climatização e buscar recursos para realizá-la
Fonte: Diário Catarinense
Foto: Leo Munhoz /DC