Parece um “clássico”: a estória da mentira repetida.
É sempre citado o pensamento de Joseph Goebbels (1897-1945), Ministro de Propaganda da Alemanha Nazista: “Uma mentira contada mil vezes, torna-se uma verdade”.
É o que está sendo feito pelo governo Temer em relação ao projeto da Reforma da Previdência.
Tal proposta inscreve-se em um objetivo maior: O desmonte do estado brasileiro.
Os governos, os banqueiros e as grandes empresas que patrocinam a propaganda maciça das TVs, não permitem que as principais emissoras falem de outra coisa a não se do “déficit” da Previdência.
Os leitores não perceberam – como observou Caros Zacarias de Sena Júnior, professor da UFBA (Universidade Federal da Bahia” – que aqueles financiadores das campanhas não repercutiram o relatório da CPI da Previdência que confirmou o que as entidades dos auditores e os estudiosos afirmam: o discurso do déficit é uma farsa.
Segundo o relatório – de 253 páginas – da Comissão, “é possível afirmar com convicção inexiste o déficit”.
Segundo o texto, os principais problemas são o montante da dívida ativa das grandes empresas, que chega a R$ 2,4 bilhões e as sucessivas prorrogações da Desvinculação de Receitas da União (DRU), que segundo a Associação Nacional de Auditores Fiscais da Receita Federal (Anfip), retirou cerca e R$ 500 bilhões da Seguridade Social entre 2005 e 2014.
“O governo mente e distorce a realidade”, afirma categoricamente José Medrado, estudioso do tema.
Ele dá um exemplo: um grande executivo, que trabalha na iniciativa privada e tem um excelente salário de R$ 30 mil paga oito por cento, só isto, “sobre o texto máximo da Previdência, que é de R$ 5,531,31, logo recolherá somente R$ 442,50”.
Já um servidor público, que se ganhar a metade deste valor. R% 15 mil, pagará 11% e desembolsará R$ 1.650, quase o triplo do servidor privado. Logo, se ganhar os mesmos R$ 30 mil, desembolsará R$ 3.300,00. Como se pode ver, há bastante diferença na contribuição de cada um.
Não quero divinizar o servidor público, mas lembro que todo funcionário público continua pagando a aposentadoria mesmo depois de aposentado, o que não ocorre com o empregado da iniciativa privada.
Desde 2003, todo cidadão que entra no serviço público já se aposentará pelo teto da previdência privada, recolhendo também da mesma forma, mas sem o FGTS.
O governo trabalha com o ressentimento social, gerando uma espécie de ódio entre cidadãos, para que seja criada uma profunda indignação, pela desinformação geral.
Entre outros objetivos, o que o governo quer mesmo é incentivar a previdência privada passa a enriquecer ainda mais os bancos – que já ganham muito e nos espoliam.
Lembrem-se da CAPEMI, GBOEX e tantos outros bancos que engoliram poupanças de milhares de brasileiros. Vejam os resultados.
Nossos governantes estão Sempre de joelhos para os grandes bancos, e querem ajudá-los mais ainda. Estamos assistindo a maior transferência de renda que a história econômica do mundo já assistiu.
E não falamos dos gastos do governo para salvar a pele de Temer e seu núcleo, e agradar deputados para que votem a seu favor.
Quanta hipocrisia!
Medrado indaga: “Como entender um déficit da previdência dos servidores, se continuamos a pagá-la, mesmo estando aposentados?
“Para atrair apoios, só mesmo fazendo compras no Congresso” (Janio de Freitas, falando sobre o desditoso e mentiroso governo Temer).
O que o governo vem fazendo é de uma enorme vileza: propaganda enganosa, praticando a mentira – tão enraizada em nosso perverso modelo de capitalismo tupiniquim.
Eu sei que o assunto é chato, mas é preciso falar sobre ele.
Déficit? E a fiscalização corrupta?
“Fake news? É no Brasil mesmo. Onde a palavra mentira é tão presente quanto a própria”, observa Jânio de Freitas.
Só a Verdade nos libertará!
Emanuel Medeiros Vieira
Escritor