Imperfeitos,
singraram o Atlântico,
mãos ansiosas, mapeando novas terras,
bússolas afetivas,
acalentando sonhos distantes,
peles queimadas,
gosto de sal na boca
(tanto mar, tanto mar),
febre, malária, fibra e pranto.
Na cadeira de balanço –
depositário da memória da tribo,
contemplo a caravela de madeira, pai, mãe, tio
violinista,
um agregado louco,
penso no Atlântico,
velas ao vento,
astrolábios,
à beira do poço do passado,
que não passa nunca,
imanente no presente.
Mas proclamo – celebrante –
“terra à vista, terra à vista”.
(Alvíssaras!)
Emanuel Medeiros Vieira
Escritor