A reitora em exercício da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Alacoque Lorenzini Erdmann, concedeu entrevista à Agecom e à TV UFSC sobre o momento pelo qual passa a universidade.
Luto
“Ainda estamos de luto e precisamos respeitar esse momento. A morte do professor Cancellier ainda é muito recente. É muito importante, neste momento, respeitar o tempo do luto. Acho que é o que o Cau esperaria.”
Crise
“Vivemos uma situação ímpar. De um lado, a prisão, morte e agora o luto do Cancellier. Junto a isso, enfrentamos prejuízos financeiros. E esses prejuízos são, por um lado, decorrentes da crise econômica que estamos vivendo no país e, por outro, consequência de estarmos em processo de investigação.”
“As demandas inerentes ao processo de investigação tornam diferente o nosso dia a dia. Há levantamentos de dados internos, oitivas e outros fatos que interferem na rotina. Isso gera, de certo modo, um clima de tensão dentro da instituição. Há ainda questões mais amplas, no âmbito da política nacional. Uma delas é a da autonomia universitária, um debate muito forte que está sendo feito em nível nacional.”
Corregedoria
“É uma estrutura nova e que foi implementada pouco antes de assumirmos a gestão. Fizemos vários ajustes na estrutura da universidade, mas ainda existem alguns que estão pendentes, dentre eles esse da Corregedoria. Reconhecemos que é uma unidade importante para a universidade. Nesse sentido, avaliar a sua estrutura e eventualmente torná-la compatível com o praticado em outras universidades é, na minha compreensão, algo a ser feito proximamente.”
Comissão
“O objetivo dessa Comissão definida no Conselho Universitário é o de realizar o levantamento dos fatos relacionados à operação Ouvidos Moucos e suas consequências, com vistas a produzir esclarecimentos sobre a crise na qual a UFSC está colocada. Essa comissão tem 30 dias para realizar esse trabalho, que podem ser prorrogados por mais 30.”
“Quando a comissão fizer o levantamento dos fatos e de suas consequências, possivelmente serão identificados também os prejuízos financeiros, conflitos internos, dentre outros. Com essas informações, chegaremos talvez a um diagnóstico mais claro do que está acontecendo.”
“Essa comissão é de grande relevância nesse momento. É uma decisão do Conselho Universitário que atende ao apelo de buscar esclarecimentos e possibilitar encaminhamentos. A comunidade espera que se encontre a verdade e está com pressa.”
Futuro da UFSC
“Estou exercendo o cargo com muita serenidade e responsabilidade, respeitando a soberania do Conselho, acumulando as funções de reitor e vice-reitor.”
“Tenho a firme convicção de que estou aqui em favor da UFSC, que sou UFSC e todos somos UFSC, engajados e comprometidos em ajudar, tanto a comunidade interna como a externa. A imprensa também pode colaborar muito para isso. Precisamos construir paz na instituição. Isso é vital!”
“O momento é de construção de paz, de harmonia, de buscar saídas. Precisamos enfrentar os desafios, sabendo ser racionais em momentos em que o emocional tende a se sobrepor. Somos uma sociedade democrática e precisamos ser exemplo de democracia.”
Fonte: Agecom/UFSC