Eu sou Felício

O prof. Felício, envolvido em lamentável episódio com os ocupantes do CCE, sofreu um verdadeiro “linchamento moral” nas redes sociais, além de protestos políticos para que saísse do cargo de Pró-Reitor de Graduação.

 

As recentes e ilegítimas ocupações geram, perversa e calculadamente, este tipo de situação conflituosa que atendem interesses escusos à vida universitária. O prof. Felício era conhecidíssimo por todos os envolvidos, até porque seria ainda Diretor do CCE caso não tivesse assumido a pró-reitoria. Esta forma belicosa de fazer política, colegas, ao invés de defender a universidade, é incompatível com o ambiente acadêmico, pois desagrega, desestabiliza, corrompe e mata o mesmo.

 

É espantosa a facilidade com que muitos condenaram o Felício. Mais lamentável é o silêncio e indiferença de todos nós, sem reagir como em estado de choque, quando ele foi atacado nas redes com toda a ferocidade e ódio, embrulhado num contexto claramente armadilhoso.

 

Este não é um episódio em que nos cabe escolher com que vítima se alinhar, e assim reproduzir posições maniqueias e bipolares. O fundamental deste evento é que ele desvela uma tragédia, um drama que ameaça a todos, pois emergente nestes tempos em que ocupações vão se tornando corriqueiras.

 

Este caso apenas descerra nossas fraquezas, pois ninguém entre nós encarna o bem e a força incorruptível. Ainda bem. Não, colegas, não precisamos de heróis nem de seres inumanos, desprovidos de emoções que agem com absoluto controle frio e maquinal. Precisamos é ter vergonha na cara, ter coragem de dizer que este tipo de ocupação não pode mais se reproduzir.

 

Caso a instituição universitária permaneça omissa e conivente, é deveras assustadora a lição de violência como modus operandi da política que a presente geração obtém nos bancos da nossa universidade. Todos os relatos que conheço, e tudo que observo, são grotescos episódios de pura truculência, como neste caso do prof. Felício. Se queremos que estes radicalismos não descambem para situações ainda piores e traumáticas para toda sociedade, como já ocorreu em outras épocas, algo precisamos fazer.

 

No mínimo proclamar que “professor Felício somos todos nós” para dar um basta à esta barbárie.

 

Quanto ao vídeo que circulou sobre este triste fato, segue relato do servidor Zé Duarte (técnico de informática/CCE) que testemunhou a barbaridade do ocorrido entre o prof.Felício e os ocupantes, confirmando nota de esclarecimento do Felício (http://prograd.ufsc.br/files/2016/11/Nota_Esclarecimento_Felicio.pdf).

 

O mundo virtual tem grandes contribuições para a humanidade, mas também nele, ao invés de discutir ideias, multiplicam-se ataques ad hominem visando denegrir o adversário e atingi-lo moralmente para liquidá-lo politicamente. Impressionante como para tais golpes baixos velozmente se manipulam, com crueza e sordidez total, vídeos e imagens.

 

 

———- Mensagem encaminhada ———-

De: Jose Antônio Alves Duarte <[email protected]>

Data: 29 de novembro de 2016 16:14

Assunto: Re: Discussão- Fw: NOTA DE ESCLARECIMENTO DO PROF. FELÍCIO (http://prograd.ufsc.br/)

Para: Armando de Melo Lisboa <[email protected]>

 

Caro professor.

 

Quem vê o vídeo, não tem a percepção da realidade dos fatos. Eu estava presente e tive o desprazer de presenciar a cena completa e grotesca, onde um “aluno”, se dá para chamar aquelas pessoas disto, põe a mão no meio do peito de um professor que iria participar de uma banca impedindo-o de entrar em um prédio público onde o direito de ir e vir deveria ser assegurado. As duas professoras membras da banca já havia ingressado. O professor era o mais conhecido de todos, pois tinha recém sido diretor do CCE, e atualmente pró-reitor da graduação.

 

Após o professor se desvencilhar e continuar sua entrada, subindo as escadas, ele é puxado sorrateiramente pelas costas, escada abaixo. No momento em que novamente o professor tenta se desvencilhar do novo ataque, ele quase tomba escada abaixo, e só neste momento a gravação que circula na internet inicia. Estas imagens foram maldosamente editadas e cortadas para transparecer um ataque do professor Felício. Infelizmente fui testemunha ocular de um ataque animalesco de pessoas que se auto consideram democráticas,  mas na realidade são os verdadeiros fascistas que impõe, ou tentam impor, suas convicções política/partidárias não respeitando opiniões contrarias. Ao meu ver, há falta de educação, respeito e decoro, não só pela posição administrativa do servidor docente, mas principalmente pelo currículo invejável deste colega e, o mais grave, sua idade avançada. Me perdoem, minha educação, índole, ética, e respeito ao próximo não pode ser convivente com este tipo de atitude ditadora ao qual nós, infelizmente, estamos vivendo nesta universidade. Não sei que tipo de educação estamos gerando nestes futuros profissionais. As vezes tenho muito medo.

 

Att,

Jose Antônio Alves Duarte

Grupo de Redes/CCE

 


Armando de Melo Lisboa

Professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais