Estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) decidiram, em assembleia nesta quarta-feira, ocupar os prédios de todos os centros de ensino da instituição. Na reitoria 2, deve ocorrer um “trancaço”. A ocupação deve ocorrer a partir da sexta-feira, véspera do feriadão da Proclamação da República. Atualmente, o Colégio de Aplicação, o Centro de Ciências da Educação (CED) e o Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) já estão ocupados.
Ao longo dos últimos dias, foi realizada uma consulta pública na internet para saber a opinião dos estudantes sobre a PEC 55 (chamada de PEC 241 na Câmara) e sobre a possibilidade de uma greve geral dos estudantes. Os resultados foram divulgados nesta quarta-feira e, segundo o DCE, 69,07% dos estudantes se posicionaram contra a PEC, e 61,94% foram contra a possibilidade de greve estudantil.
Segundo o coordenador geral do DCE, Plinio Oliveira Filho, os detalhes de como ocorrerão as ocupações não estão claros. Além disso, ele criticou o ato de a maioria dos integrantes da assembleia terem se posicionado contra a consulta pública na internet, da qual participaram mais de 9 mil estudantes.
A assembleia, segundo ele, reuniu aproximadamente 1,3 mil estudantes, que resolveram passar por cima da decisão de mais de 5,5 mil alunos, dizendo “não ser representativa”.
— É uma coisa que beira o absurdo. Eles decidiram que esse pouco mais de mil estudantes têm mais representatividade que os 5,5 mil que votaram contra uma greve geral. Já estamos em contato com a reitoria para garantir que aqueles que queiram estudar tenham os seus direitos respeitados — disse Oliveira.
O movimento de ocupação pode encontrar resistência em alguns centros, especialmente naqueles que possuem alunos considerados mais conservadores, tais como o Centro Tecnológico (CTC) e o Centro de Ciências da Saúde (CCS). No Facebook, diversos comentários criticavam o movimento e a decisão tomada pela assembleia.
A reportagem tentou contato com representantes da reitoria para comentar o assunto, porém não obteve retorno até a publicação deste texto.
Fonte: Diário Catarinense