Algumas perguntas perigosas sobre a PEC 241 e a dívida para os dirigentes do Brasil

Para ajudar a pensar devemos fazer perguntas fundamentadas em dados concretos, caso contrário, seria mera especulação sem sentido real. Neste caso as perguntas são formuladas levando implícita a solução lógica. Mas, como nossos dirigentes, pelo geral, fogem das respostas concretas comprometedoras é necessário este método para mostrar sua falta de preparação ou de coragem.

Pergunta 1: No livro de Paul Krugman, Premio Nobel de economia “!Acabemos ya com esta crisis!”  Ed Paidos, Bs AS 2014   página 251se pode ler “Por sorte o trabalho de campo realizado por pesquisadores do FMI, tem identificado não menos de 173 casos de austeridade fiscal, nos países avançados. Durante o período entre 1978 e 2009.  Constataram que as políticas de austeridade foram seguidas de contração econômica e aumento de desocupados.

Michael Hudson*, em entrevista a rede de web TV independente “The real News”, colaborador de dezenas de publicações e consultor de governos como Islândia, Grécia e China, explica que no relatório do FMI existe o reconhecimento do endividamento dos Estados e das famílias que se tornou tão vasto e opressor que passou a comprometer a própria dinâmica de reprodução do capital. Salários e receitas de impostos são corroídos pelas transferências aos banqueiros e à aristocracia financeira.  A capacidade de compra despenca. Os investimentos estancam. A criação de empregos e ocupação retrocede.

Segundo Hudson* o FMI deseja salvar como os governos de Obama e Merkel não a economia, não as pessoas, mas os bancos. Segundo o FMI a dívida global é de 152 trilhões de dólares. Para pagar esta dívida se devem mudar as aposentadorias atuais, o sistema da Seguridade social, diminuir os salários, etc. tudo para pagar aos bancos que em definitiva é pagar os detentores de títulos bancários que é o 1% da população que detêm aproximadamente ¾ de todos os créditos.

Temos o exemplo dos “fundos abutres” de Paul Singer, dono de 27 mil milhões de US$ que preocupado com sua velhice e aposentadoria, conseguiu com um Juiz de N. York de 92 anos, em contra da Unasur, Brics, Celac 80 países, e 93% dos que aceitaram as condições  da restruturação da dívida Argentina,  em 07/12/2011  deu um ditame a favor dos fundos abutres.  Argentina, agora, com um governo neoliberal pagou 9300 milhões de US$, que segundo o Financial Times foi a maior soma de dívida, de qualquer país em desenvolvimento, desde 1996. Os juros USURARIOS de Singer foram 1308%.  Pergunto: o atual presidente da Argentina e os legisladores que aprovaram este pagamento são patriotas ou traidores?

O problema é que a dívida cresce sem parar, e quanto mais cresce mais encolhe a economia. Quando você encolhe a economia, reduz a capacidade de pagar a divida. Kirchner ex-presidente da Argentina falava: “Os mortos não pagam dívida alguma”.

Não podemos perguntar: todos estes antecedentes históricos não obrigam nossa universidade como consciência crítica do país e o “governo”, questionado como não constitucional, reconsiderar a PEC 241? 

(* Ver o livro de M. Hudson “” Killing the Host: How Financial Parasites and Debt Bondage Destroy the Global Economy”)

Pergunta 2: A dívida Brasileira é legítima? Somente um exemplo: entre 1980 e 1990 Brasil pagou a bonita suma de 163,5 milhões de US$ e, no entanto, a dívida cresceu 88,5%, México, tinha uma dívida de 57.000 milhões de US$, pagou três vezes essa cifra e no ano 2002, continuava com uma dívida de 152 milhões. América Latina desde 1982 pagou 1,4 bilhão de US$ (5 vezes a dívida original), mas no ano 2002 tinha uma dívida 3 (três) vezes a soma inicial. (ver “Deuda externa, colonización, miséria y corrupción” Prof.  José Castillo da Univ. Nacional de Buenos Aires). Podemos acreditar que não existe algo errado, que não existe USURA, que esta dívida não pode ser considerada ODIOSA e não ser paga como ensina a lei internacional. Como consciência críttica do país não devemos estudar criticamente esta situação e caso confirmar esta USURA, alertar a sociedade e o país pela TV, jornais etc. de esta realidade para pagar somente o justo.


Rosendo A. Yunes

Professora voluntário