Faço referências a Daniel Kahneman, economista e Prêmio Nobel por pesquisas na área da psicologia comportamental, quando expressa que “quando as pessoas julgam que uma conclusão é verdadeira, ficam muito propensas a acreditar nos argumentos que parecem sustentá-las, mesmo que eles não sejam confiáveis”.
Começo pelo entendimento das Fundações como “entidades de direito privado”, no apoio às Universidades. A atuação está prevista na Lei 8.958, de 1994, determinando a finalidade de “apoiar projetos de ensino, pesquisa e extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e estímulo à inovação e que levem à melhoria mensurável das condições das IFES para cumprimento eficiente e eficaz da sua missão”. Para tanto, sujeitas a fiscalização do Ministério Público e de Credenciamento no Ministério da Educação. Cabe ressaltar que para o Conselho Curador das Fundações, órgão máximo da estrutura administrativa, a grande maioria dos seus membros é designada pela Reitoria da Universidade e a Diretoria é eleita pelo respectivo Conselho Curador.
Por outro lado, a um Sindicato, dentre outras finalidades, cabe, em síntese, a representação junto às autoridades administrativas e judiciais na defesa de interesses individuais ou coletivas de seus filiados e/ou integrantes.
Consequentemente, no confronto dos papéis das duas instituições existe natural conflito de interesses e a incompatibilidade de uma mesma pessoa, estando na direção das duas entidades, cumprir as respectivas finalidades institucionais.
Surpreendente não admitir essa realidade…
Por outro lado, entendo que a atuação sindical, quando na política, deve admitir a pluralidade de tendências e ideologias. E, sempre ter o patrocínio institucional, seja de uma diretoria ou de seu órgão colegiado superior. Assim como aconteceu, reitero, com o último debate de política sindical nacional. Debateram o Andes, o Proifes, o enfartado MDIA e a própria Apufsc, autônoma e independente.
Especificamente com o encontro do Deputado Pedro Uczai ainda manifesto a surpresa, tendo em vista que nenhum outro deputado, que eu saiba, foi considerado para debate em nenhum outro momento. Assim como, o encontro não teve o endosso de apoio da Diretoria ou do Conselho de Representantes da Apufsc, não se inserindo, portanto, como proposta de política sindical.
Aliás, cabe uma consideração pessoal: quando estávamos desenvolvendo o esforço para viabilidade da Frente Parlamentar de Defesa das IFES, na Câmara Federal, fui pessoalmente convidá-lo para liderar o processo e apresentar o requerimento de registro da Frente. Apresentou a impossibilidade de atender o convite, considerando o comprometimento de agenda. Convite que acabei formulando à deputada Margarida Salomão, por articulação do deputado e colega professor, Esperidião Amin.
Concluir, assim, que o desejo manifesto de discussão ampla e irrestrita, bem como, que quaisquer tendências sejam apresentadas, não por iniciativa individual, como foi feito no suposto debate com o deputado, mas coletiva e institucional, represente, segundo o articulista, que estamos levando “o Sindicato ao completo isolamento e à perda de significado para o conjunto dos professores da UFSC”. É muita arrogância e pretensão.
Surpreendente a afirmativa…
Finalmente, é feita uma consideração que no artigo que apresentei “Minhas Surpreendentes Surpresas”, “abordo a vinculação de Sindicatos a partidos…” Concluo que o texto apresentado não foi entendido com clareza. Não vou reapresentá-lo.
Quanto à divulgação de mensagens políticas ou de qualquer outra natureza, através de listas de endereços do Sindicato e de seus órgãos, constitui-se em ruptura de privacidade e que não pode ter admitida por ter, inclusive, proteção legal. Não discuto a natureza, nem mesmo, a procedência. Discuto o direito da privacidade inerente a informações pessoais que sejam confiadas ao Sindicato. Novamente, o texto que apresentei parece não ter sido compreendido adequadamente.
Surpresa por tamanha incompreensão….
Mas, Minhas Surpreendentes Surpresas se ampliaram, ainda mais, quando constatei que a grande maioria dos membros da Chapa derrotada nas últimas eleições para a Apufsc, por ampla margem de votos, pertence ao CR, como representantes de Departamentos ou de classe de associados, sem que tenham se desvinculado do Conselho. Hoje, eu, como aposentado, não tenho no CR um professor que me represente.
Surpresa…..
*Carlos W. Mussi
Professor Aposentado