A chapa que concorreu às eleições para a reitoria da UFSC, liderada pelo professor Cancellier, adotou como lema de campanha: “A UFSC pode mais”. Considero a escolha deste lema muito apropriada e bastante instigante e desafiadora. Acredito que a nossa comunidade universitária, incluindo aposentados e ex-alunos, possa efetivamente fazer muito mais.
Esta colocação não significa que as realizações da UFSC ao longo de sua história, de pouco mais de 50 anos, devam ser menosprezadas. Na realidade é fácil constatar que o seu desempenho institucional pode ser considerado muito bom. Situada numa das sete capitais de Santa Catarina, como bem caracterizou o Diário Catarinense em reportagem recente, a UFSC pode ser considerada responsável, em grande parte, pelo destaque nacional de muitos setores da vida dos florianopolitanos.
Santa Catarina, espremida entre dois estados econômica e politicamente bem mais poderosos, também tem sido bem avaliada em múltiplos indicadores da qualidade de vida da população brasileira. Certamente os profissionais formados na UFSC vêm exercendo papel de alta relevância na concretização desses destaques. O efeito multiplicador da formação graduada e pós-graduada de professores que atuam nas instituições educacionais catarinenses, em todos os níveis de ensino, deve ser ressaltado.
Acredito que os EUA ocupam posição de liderança mundial, em muitos aspectos, graças a suas universidades. Estou também convencido de que São Paulo coloca-se como locomotiva do Brasil graças a suas universidades muito bem ancoradas na FAPESP. A região metropolitana de Florianópolis e todo o estado de Santa Catarina podem beneficiar-se muito de uma dinamização bem planejada e coordenada da UFSC nos próximos quatro anos.
Para isto, é indispensável que a nossa universidade consiga reduzir drasticamente o emaranhado burocrático que cerceia bastante a liberdade acadêmica e a autonomia universitária. A constituição federal pode e deve ser invocada para evitar que o imenso potencial de contribuição da UFSC para a sociedade catarinense e brasileira continue sendo mal aproveitado.
*Raul Valentim da Silva
representante dos aposentados no CR da Apufsc