O presidente nacional do Andes, Paulo Rizzo, enviou carta ao presidente da Apufsc Sindical, Wilson Erbs, acusando a Diretoria da Apufsc-Sindical de optar por caminho “oposto ao da luta e passou a fazer ameaças ridículas de suposta ilegalidade dos atos daqueles que buscam, na UFSC, o caminho da mobilização, da adesão à greve nacional que está em curso”
Veja a íntegra da resposta do professor Wilson Erbs:
Senhor presidente,
Respondendo à carta que me foi endereçada, faço as seguintes considerações: o caminho escolhido pela Apufsc-Sindical é pautado pela seriedade, respeito e honestidade para com aqueles que representa, entendendo que a luta em defesa da categoria não se dá somente pela greve, pois existem outras formas de luta para garantir os direitos da categoria e a negociação é uma delas. Uma greve deve ser necessariamente um ato político sério, bem fundamentado, pois seu custo é alto, jamais pode ser deflagrada com leviandade, como tem sido feita por algumas ADs vinculadas ao Andes. Quando o interesse de pequenos grupos sobrepõe o interesse da maioria, quem sai perdendo é a sociedade como um todo. Não reconhecemos a greve como um movimento nacional, pois das 63 universidades federais no Brasil, 27 estão parcialmente paradas. O exemplo mais emblemático disso é a própria UFSC, que aparece na lista do Andes como uma das universidades em greve, quando na realidade todos sabemos que apenas um pequeno grupo de professores está parado, sem que fosse decidido em assembleia convocada pelo sindicato legalmente constituído para representar a categoria no estado.
Além disso, os professores da UFSC não são representados pelo Andes por deliberação de assembleia que optou por sua independência, repudiando a atuação política partidária do Andes e, ainda, por decisão judicial que garante sua autonomia.
Que representação é essa do Andes que apresenta propostas exageradas, que se recusa a aceitar contrapropostas e que é irredutível na sua posição?
A atuação da Apufsc se pauta pela ética, pelo comportamento moral e, sobre tudo, pelo respeito aos que representamos, os professores das Universidades Federais em Santa Catarina.
A Apufsc entende que a categoria está ciente das condições de trabalho, das perdas salariais e é ela, coletiva e majoritariamente, que decide os caminhos a serem seguidos. Uma greve na UFSC só vai ser deflagrada quando a categoria optar, em assembleia, por esse caminho.
Atenciosamente,
Professor Wilson Erbs
Presidente da Apufsc-Sindical