No dia 16/08 nós professores da UFSC temos uma responsabilidade muito grande a cumprir, votar pela continuidade ou saída da greve na nossa categoria. Precisamos de devemos dar uma resposta a TODOS frente a esta situação de greve, principalmente à sociedade brasileira que paga nossos salários. Os vários artigos publicados nos jornais do país sobre a situação das universidades, sempre mostraram a situação caótica que se encontram as mesmas.
As informações recebida, até a presente data, deixam claro que o governo em nenhuma hipótese tem a Vontade Política de reabrir as negociações com nossa categori.A presidente Dilma em sua última reunião com seus ministros, publicada no dia 14/08 no jornal Valor Econômico, disse que está ENCERRADA a negociação com os professores. ABSURDO ou não, isto é real e bem concreto. Foi confirmado nos dias 15/08 e no dia 16/8 que está concluída a negociação com os professores, ficando apenas os STAs das IFES ainda na mesa de negociação, conforme demonstram todos os jornais.
Ocorrendo uma RADICALIZAÇÂO da greve nas universidades, que foi indicada pela ANDES nas próximas semanas, não vai resolver absolutamente nada, porque não existe mais o que fazer para sensibilizar o governo federal com a nossa greve. Foi afirmado diversas vezes, que a proposta assinada pelo PROIFES em relação ao AUMENTO SALARIAL, será a única a ser apresentada para esta categoria. Esta proposta já foi enviada ao congresso para votação que vai acontecer nos próximos meses sob a forma de PL e pode ainda ser mudada no congresso. Esta proposta, assinada pelo PROIFES, para ser modificada no congresso, depende do grau de influencia política que nossa categoria tem no congresso nacional. Ficar ou sair da greve não vai alterar isto. O Proifes é filiado a CUT e tem muita influência no congresso e vai usar isto como moeda de troca política como sempre usou.
TEMOS que lembrar que os últimos reajustes salariais obtidos pelos professores foram acordados pelo Proifes, mas a Andes recusou-se a assinar todos os reajustes salariais para os professores no passado, como está fazendo agora. Nunca defendi o PROIFES, sou absolutamente contrário a nossa vinculação com este sindicato. Sou vinculado a APUFSC-SINDICAL que nunca admitiu sua vinculação a nenhum dos 2 sindicatos ditos nacionais, me orgulho disto, porque criamos aqui na UFSC uma NOVA MANEIRA de conduzir um sindicato, com apoio da MAIORIA de forma mais democrática do que os outros sindicatos o fazem.
O que temos que decidir nas urnas é se queremos ou não manter uma greve que vai nos levar A UMA DATA LIMITE, para que o governo de uma resposta a todas as nossas reivindicações já apresentadas, isto porque dia 31/08, encerra-se o prazo para propor os reajustes salariais a serem concedido pelo governo para o funcionalismo público. Vai ser isto, ou pode ser 0% em 2013, como indica o Comando Geral de Greve da Andes, para suas bases em seu último comunicado oficial.
Não acredito que por maior que seja a pressão que nós professores façamos o governo aceite modificar nos próximos dias a proposta já encaminhada ao congresso. O que ele pode fazer é RETIRAR a proposta atendendo a recusa da categoria como quer a ANDES, e assim dar a Andes o comando de todos os professores universitários deste país, sem nenhum questionamento. Isto é o maior risco que corremos ao votarmos pela continuidade da greve e ninguém pode contestar tal fato.
Portanto, estou defendendo que a nossa greve termine nesta semana, pelo simples fato de que o governo federal NÂO tem demonstrado nenhuma intenção de realizar novos estudos sobre este reajuste salarial proposto. Sendo que a proposta da CARREIRA pode ser modificada nos próximos meses.
Estou baseando minha proposta em um fato concreto, a POPULARIDADE da presidente Dilma, não vai CAIR com a nossa greve e não temos a FORÇA para fazer isto, nos mantendo em greve, como dizem os comunicados falaciosos que a ANDES produz. Não concordo com o governo nesta atitude, mas isto é bem real para mim e para muitos colegas. Não existe ganho político nos mantendo em greve, nem ganho salarial, apenas desgaste dos professores, junto à toda a sociedade brasileira.
Minha proposta de saída da greve está calcada apenas na possibilidade de que a presidente DILMA com o respaldo popular que atualmente detém, pode simplesmente ordenar aos seus ministros que retirem a proposta de REAJUSTE SALARIAL concedido a nossa categoria até o dia 30 de AGOSTO. SE fizer isto, estará cumprindo a determinação que o Comando de Greve da Andes quer, porque é filiado ao Conlutas, que é o braço sindical dos partidos políticos PSOL e PSTU.
A ANDES indica a todos os seus filiados para manter a greve de RADICALIZAR a mesma, até que se reabra a mesa de negociação e recusa a assinar o acordo proposto pelo governo. O governo federal, pode afirmar que a maior parte da categoria não aceitou o sua proposta aos professores das IFES, e dar um maior reajuste salarial para as outras categorias do funcionalismo público, porque os jornais de hoje mostram que o governo federal tem R$ 14 bilhões em caixa para dar reajuste ao funcionalismo público em geral. Para o governo, basta retirar os 4 Bilhões concedidos aos professores e passar esta quantia para os Fiscais da Receita, Polícia Federal e outros colegas do funcionalismo público.
Portanto, sou de opinião que mesmo sendo ruim, com defeitos, sem atender todas as nossas reinvidicações justas e cabíveis no momento, devemos encerrar esta greve sob pena de não termos NENHUM REAJUSTE SALARIAL no ano de 2013 e ficarmos sem nenhuma proposta de reestruturação da nossa carreira.
Qual a FORÇA da nossa greve a nível nacional? Quantos professores das IFES estão realmente parados? Nunca em momento nenhum, a ANDES mostrou estes números e não pretende mostrar agora. Qual a mentira por trás de todos os discursos políticos inflamados que ouvimos nas nossas assembléias? O que realmente devemos fazer para termos a certeza de não sermos utilizados como “massa de manobra política” de alguns espertalhões especialistas em assembléias? A Resposta para todas as perguntas acima é simples, procurem se informar corretamente como sempre faço, e votem com consciência.
Ricardo Tramonte
Professor do Departamento de Morfologia – CCB