Ao centralizar na ministra do Planejamento, Miriam Belchior, as negociações sobre a greve dos servidores públicos federais de todas as categorias, a estratégia da presidente Dilma Rousseff foi desviar do Palácio do Planalto o foco dessa agenda negativa. Alguns sindicalistas tentaram estabelecer uma conexão direta com dois ministros palacianos: Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência). Mas Dilma vetou qualquer negociação paralela.
A ordem da presidente Dilma é de endurecer com os grevistas. A expectativa no núcleo palaciano é de que o movimento comece a perder fôlego com o corte do ponto dos servidores. Ao mesmo tempo, o governo decidiu enfrentar o debate com os grevistas. A estratégia é de tentar vencer esse debate junto à opinião pública, com o discurso de responsabilidade fiscal num momento de grave crise financeira internacional.
Além da proposta oferecida aos professores universitários na semana passada, os militares também devem receber um aumento. Nas palavras de um interlocutor da presidente Dilma, “um general não pode receber R$ 12 mil.” Para o próximo ano, também está em análise um aumento para os servidores de nível médio. Isso porque esses servidores estão com a maior defasagem salarial.