A greve na base da Condsef, iniciada nesta segunda-feira, 18, tem crescido a cada dia. Nesta sexta-feira os servidores do Ministério da Agricultura da sede em Brasília decidiram aderir ao movimento nacional. Na Capital Federal já são dez os órgãos onde há registro de paralisação de atividades. Pelo Brasil outros nove estados (Pará, Sergipe, Amapá, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso do Sul e Maranhão) estão com atividades paradas em diversos setores como Funasa, Incra, Ministério da Saúde, Trabalho e Emprego, Agricultura, Justiça, Funai, Area Ambiental, Cnem, entre outros. No Incra a greve já atinge 2/3 das unidades em todo o Brasil. A Condsef convoca suas entidades filiadas para que reforcem as assembleias por local de trabalho na próxima semana. O objetivo é reforçar o movimento grevista. “Não existe vitória sem luta”, lembrou o secretário-geral da Condsef, Josemilton Costa.
Muitos servidores têm solicitado a presença dos sindicatos nos locais de trabalho para assegurar apoio e reforço na paralisação do setor público. Para a Condsef apenas a forte mobilização dos servidores será capaz de modificar o cenário das negociações que seguem sem qualquer avanço no Ministério do Planejamento. Nesta quinta a Condsef participou de quatro reuniões – AGU, Tecnologia Militar, Inep e FNDE, Dnit – e em todas nada novo foi apresentado. Até o momento nenhum setor possui propostas concretas apresentadas pelo governo. O objetivo dos processos de paralisação é exatamente o de conseguir estabelecer avanços e fazer com que o governo destrave os diálogos que permanecem inalterados desde janeiro quando a Condsef, a CUT e outras 29 entidades nacionais apresentaram a pauta de reivindicações dos servidores federais.
Ontem, em Brasília, cerca de mil trabalhadores públicos em greve realizaram manifesto em frente ao Palácio do Planalto. Representantes da Condsef e Sindsep-DF foram recebidos pela Secretaria Especial da Presidência. Na oportunidade as entidades relataram as dificuldades enfrentadas no processo de negociações no Planejamento. A expectativa é de que o ministro Gilberto Carvalho interceda junto à ministra Miriam Belchior na tentativa de buscar uma solução para os conflitos instalados e que estão se espalhando pelo Brasil. A greve da base da Condsef se soma a dos professores, iniciada há mais de um mês e que atinge ainda técnicos administrativos das universidades e institutos de educação.
Acampamento da greve – Na próxima terça, 26, a Condsef discute com outras entidades nacionais com base em greve a realização de um acampamento na Esplanada dos Ministérios na primeira semana de julho. O objetivo é promover uma vigília que consiga obter avanços no Planejamento e apresentação de alguma proposta concreta aos setores mobilizados. Na quarta, 27, a Condsef realiza uma reunião do seu Conselho Deliberativo de Entidades (CDE) onde deve organizar a instalação do Comando Nacional de Greve de sua base e reforçar a necessidade de suas entidades filiadas ampliarem e fortalecerem a greve nos estados. A Condsef volta a lembra que somente o reforço na mobilização nacional será capaz de fazer com que a categoria obtenha vitórias significativas em um processo de negociações que ainda não apresentou as respostas de melhorias que os servidores e os serviços públicos necessitam.