As entidades do setor da educação federal em greve (ANDES-SN, Sinasefe e Fasubra) lançaram na tarde desta quarta-feira (20), na Câmara dos Deputados, o “Manifesto à População” (pode ser lido aqui ), em que explicam as razões da atual greve nas instituições federais. Diante de avaliações sobre o significado histórico da convergência entre os trabalhadores na educação federal e estudantes, durante o ato foi constituida uma coordenação nacional entre os Comandos de Greve da Educação e firmado compromisso de articular uma agenda comum de atividades, já definindo que na próxima quinta-feira (28), as entidades realizaram ato sem frente aos prédios do Banco Central nas Capitais, para denunciar a política do governo, que menospreza investimentos em políticas públicas, como educação, para priorizar o pagamento de juros.
“A metade do orçamento federal é usado para o pagamento juros, enquanto isso, faltam recursos para manter, com qualidade, os hospitais e a educação pública”, denunciou o 1º vice-presidente do ANDES-SN, Luiz Henrique Schuch. Os deputados Paulo Rubem Santiago (PDT/PE) e Érica Kokay (PT/DF) participaram do ato e defenderam que o governo priorize, efetivamente, as políticas públicas.
“Enquanto o governo não deixar de priorizar o pagamento de juros, faltarão recursos para a área social”, afirmou Paulo Rubem.
No “Manifesto à População”, que foi traduzido para inglês, espanhol e francês e também está sendo distribuído na Rio +20, os técnico-administrativo e docentes das instituições federais de ensino denuncia que a realidade é muito diferente da propaganda oficial, pois a cada começo de ano fica mais evidente a precariedade de várias instituições, principalmente naquelas em que ocorreu a expansão via Reuni.
“Faltam salas de aula, laboratórios, restaurantes estudantis, bibliotecas, banheiros, saneamento básico e em alguns lugares até papel higiênico. Ninguém deveria ser submetido a trabalhar, ensinar e aprender num ambiente assim”, denuncia o manifesto.
Para o ANDES-SN e demais entidades que assinam o manifesto, não faltam recursos e, sim, vontade política dos governantes. “A verdadeira crise brasileira não é a crise financeira, mas sim ausência de políticas públicas que atendam as necessidades da população”. O texto diz, ainda, que destinar recursos públicos para o setor empresarial financeirizado, como o governo tem feito, causa impactos cada vez mais negativos nos serviços públicos.
Ao final do Manifesto, as entidades conclamam a população para ir às ruas e fazer de 2012 um marco na história da educação brasileira.