A Assembleia Geral Extraordinária (AGE), convocada pelo Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc-Sindical) para a última quinta-feira (14), foi prejudicada pela insuficiência de quórum. Participaram da reunião 81 docentes, quando o número legal de associados para deliberação é de 127. Mesmo assim, foi recomendada a convocação de outra Assembleia Geral Extraordinária para os dias 20 e 21 de junho, quando os professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) vão definir se entram ou não em greve. A Ordem do Dia prevê que no dia 20 sejam realizadas as deliberações e os encaminhamentos de adesão à greve e, no dia 21, votação em urnas que estarão distribuídas nos câmpus de Florianópolis, Araranguá, Curitibanos e Joinville. A AGE será no auditório do Departamento de Engenharia de Produção, no Centro Tecnológico, com início às 14 horas.
De acordo com o Estatuto da Apufsc, a Assembleia Geral será instalada com a maioria dos seus associados, em primeira convocação e, 30 minutos após, com a presença mínima de 5% dos associados. Para decidir sobre greve, o Estatuto exige o voto de, no mínimo, 25% dos filiados efetivos do Sindicato.
Durante a reunião do dia 15, vários professores manifestaram suas opiniões sobre o movimento grevista nas IFES.
O professor Henrique Finco recomendou apoio irrestrito dos professores que estão paralisados e propôs a adesão na UFSC a partir da metade do mês de julho, caso, até lá, o governo não apresente uma proposta que seja aceita pela categoria.
O professor José Fletes mostrou-se preocupado com a falta de informações sobre o movimento grevista e disse que a grande maioria dos docentes não tem compreensão do momento.
Para o professor Henrique Lisboa, a Apufsc deveria ter a sua própria pauta de reinvindicações.
O professor Nildo Ouriques disse que a Apufsc está ficando isolada nas decisões por não fazer parte da mesa de negociação com o governo e declarou que a greve nacional está forte.
O professor Antonio da Rosa disse que existe uma greve nacional e a lógica é seguir. Afirmando que tem professores na UFSC que já estão em greve. Para o professor Gregório Varvakis Rados, aderir à greve só para acompanhar o movimento nacional não é valido. Ele afirmou que não vê uma mobilização para paralisar as atividades na UFSC.
Na opinião do professor Nilton Branco, a greve não está forte como argumenta o Andes. Ele defende a possibilidade de parar as atividades, se for necessário, somente no segundo semestre, caso o governo não apresente nenhuma contra-proposta.
Para o professor Carlos Alberto Marques, os docentes estão sem tempo para se reunir. Ele sugeriu fazer um boletim com informações e deixar que a situação se defina nas urnas.
A professora Maria Luiza Sartorelli disse que existe uma greve e duas pautas: a do Andes e a do Proifes. Recomendou que o boletim da Apufsc coloque essas informações para que o corpo docente da UFSC defina se entra ou não em greve. Ela reclamou da falta de informação no site e no boletim da Apufsc sobre o movimento nacional.
Fernando Rocha também reclamou da falta de informação da Apufsc sobre a greve nacional e, para ele, não importa se a greve é grande ou pequena, de qualquer forma o Sindicato precisa participar da mesa de negociação, sem a intervenção de políticos, como chegou a ser sugerido por alguns participantes.
Por fim, o consultor jurídico da Apufsc, o advogado Prudente da Silveira Melo, afirmou que a Constituição Federal garante a prerrogativa dos sindicatos de negociar individualmente e afirmou que a Apufsc tem legitimidade para participar de todas as mesas de negociação que sejam propostas pelo governo.