Hoje ( 24/05/2012), estão em “greve por tempo indeterminado” 70% das IFES, conforme os informes produzidos pelas secções-sindicais vinculadas a ANDES, que tem todo o direito de se manifestar, mas que por ordem judicial, não representam nenhum professor universitário desta unidade territorial brasileira. A única representante legal dos professores universitários de SC é a APUFSC-SINDICAL, que não está vinculada nem ao Proifes, nem a ANDES, com poderes constitucionais para representar os professores da UFSC junto ao governo. Governo que nunca se dignou a receber nossos representantes em nenhuma mesa de negociação salarial, até a presente data.
O que me espanta é ver a atitude dos alguns professores da UFSC, frente a esta situação de greve, divulgada em todos os meios de comunicação deste país. Os motivos deste comportamento inaceitável de alguns professores, são os mais variados, mas não justificam seu comportamento como profissionais da educação superior neste país. A APUFSC-SINDICAL, sempre informou a todos, sobre o andamento das negociações com o governo Federal, MEC e MPGO, basta ler os boletins quinzenais. Apesar disto, poucos são os departamentos que enviaram um representante ao Conselho de Representante da APUFSC para levar sua opinião em relação ao Aumento Salarial ou sobre a Reestruturação da Carreira. Isto é inaceitável em uma categoria que tem tamanha responsabilidade com a sociedade que a sustenta. Vários departamentos NUNCA discutiram este assunto e nem tem representantes no Conselho da APUFSC.
Basta entrar no site da APUFSC para confirmar que foram convocadas várias reuniões abertas a todos os docentes da UFSC sobre estes 2 assuntos e o comparecimento dos professores da UFSC, não ocorreu. Tem professor aqui na UFSC que não está interessado nisto, apenas critica abertamente a atuação da APUFSC aos colegas, frente a esta greve nas universidades, apenas dizem que a APUFSC não está fazendo nada em relação a este problema. Basta abrir o e-mail e lá estão as “noticias da Andes” veiculadas pelos professores que não aceitaram sua derrota em um eleição sindical desde 2008. As “notícias da Andes” são : “Esta greve, como todas as outras que os professores das IFES realizaram desde 1980, é produto de discussões e de deliberações de base, isto é, são os professores, em cada instituição, que decidem sobre a entrada ou não em greve.” “A proposta da atual greve partiu de diversas assembléias e seguiu sua construção até a indicação de seu início para 17 de maio e os professores a vem aderindo por meio de decisões democráticas.” A única coisa que eles não informaram foi o NUMERO de pessoas presentes nas assembléias, nem o Número de pessoas que decidiram pela greve após as “ discussões e deliberações de base”.
Eu fui atrás destas informações e me surpreendi com o que encontrei, o número de professores que “decidiram democráticamente” pela greve em cada uma das “ assembléias “, não chega a 10% do total de professores das IFES que tem vínculo com a ANDES. Mais de 10 IFES, vinculadas ao PROIFES, já deliberaram que não vão fazer greve até que a negociação com o MEC seja concluída no final de Maio deste ano, conforme anunciou o Ministro da Educação recentemente. As reinvidicações dos professores vinculados a ANDES, são as mais justas possíveis, eles querem apenas que nosso salário tenha uma aumento de mais de 40% e uma nova carreira docente para as IFES, cujo salário de um Prof. Titular chega perto dos R$ 23.000,00 mensais. Simples assim.
Lógico que eu também quero isto. Mas existe a “dura realidade”, infelizmente. Me parece lógico que o governo federal não vai dar um aumento deste para nós professores das IFES, mesmo que a greve seja “forte e firme” como afirma a ANDES. Mesmo que ela seja a mais justa possível, o governo não terá nenhuma condição política de dar este aumento salarial exigido pela ANDES, sem provocar uma reação feroz de toda a sociedade brasileira e quebrar o “caixa” neste momento de crise econômica mundial.
Está bem claro para mim, que o governo, vai manter suas negociações, principalmente com o PROIFES, que está intimamente vinculado a CUT e ao PT e tem suas reinvidicações atendidas prontamente pelo MEC e MPGO, daí a tabela salarial que vai vigorar a partir de Março deste ano, com aumento médio de 4%. Aliás, a própria ANDES, (em agosto do ano passado) assinou um acordo com o governo aceitando este aumento, mas resolveu convocar a greve este ano, devido aos clamores “ de base”….. ou seja, de alguns poucos que não estavam satisfeitos.Esta noticia ainda não foi divulgada pelo e-mail dos seus representantes por aqui. Nem mesmo quantos estavam presentes na assembléia da UFSC que deliberou apoio a greve. Coisa que é muito comum acontecer, já que a grande maioria dos professores desta universidade não estão interessados “ nestas questões sindicais”.
A APUFSC vai de novo convocar o conselho, vai de novo, chamar os professores, mas apenas depois de ficarem claras as negociações com o MEC sobre a reestruturação da nossa carreira. Vamos ver no que vai dar!!!!
Infelizmente, quem não conhece a história, tem sempre o direito de repetir os mesmos erros do passado e fazer as mesmas besteiras. Aqui na UFSC, isto é coisa de poucos que ainda acreditam na “ democracia cubana” ou na “liberdade do povo da Coréia do Norte”, socialista e democrática…. Salve MAO e Fidel……. e Deus nos ajude.
Ricardo Tramonte
Departartamento Ciências Morfológicas