A Universidade Harvard e o Massachusetts Institute of Technology (MIT), duas das principais instituições de ensino do planeta, fecharam parceria para oferecer versões online de algumas disciplinas de seus cursos de graduação presenciais. A nova plataforma, batizada edX, tornará disponível conteúdos das duas universidades gratuitamente. Os alunos que completarem os cursos receberão certificado de domínio e nota, mas sem crédito oficial.
Segundo reportagem do jornal The New York Times, a partir de setembro, o edX já oferecerá cinco cursos, e as inscrições serão abertas em junho. As disciplinas serão estruturadas por vídeos, testes online, tira-dúvidas, ranking de perguntas e laboratórios web, seguindo sempre o ritmo de aprendizado dos estudantes.
Tanto MIT quanto Harvard participarão igualmente da direção da organização sem fins lucrativos que controlará a plataforma. A princípio, as duas universidades investirão US$ 30 milhões cada uma. O primeiro presidente da edX é o diretor do Laboratório de Ciência da Computação e Inteligência Artificial do MIT, Anant Agarwal. Agarwal é também o responsável pelo desenvolvimento do MITx, projeto de aprendizagem online lançado em dezembro e protótipo da plataforma edX. Por Harvard, o diretor da Faculdade de Artes e Ciências, Michael D. Smith, terá a função de incentivar professores e pesquisadores a oferecer cursos online.
A intenção das universidades é fazer com que a plataforma seja mais que uma comunidade global de estudantes online, agregando também outras instituições. Para tanto, o edX foi construído como software livre, possibilitando que universidades e pesquisadores acrescentem sugestões tecnológicas. Além disso, MIT e Harvard usarão o edX para pesquisar como os estudantes aprendem e como a tecnologia pode facilitar o ensino online e offline.
Coursera. A parceria entre as duas universidades de Cambridge não é exclusiva no campo do ensino online. No mês passado as Universidades de Stanford, Berkeley, Princeton, Michigan e da Pensilvânia anunciaram a criação de uma companhia sem fins lucrativos e com capital de US$ 16 milhões, a Coursera.
Na última década, algumas empresas de educação online foram formadas por instituições americanas. Em 2001, a plataforma Fanthom foi criada pelas Universidades de Chicago e Michigan, entre outras. Já a AllLearn foi pensada por Yale, Princeton e Stanford e faliu em 2006. Especialistas em educação ouvidos pelo New York Times estão mais esperançosos quanto ao futuro das novas empresas. “A educação online chegou para ficar e só vai ficar melhor”, disse ao diário norte-americano Lawrence S. Bacow, professor visitante da Harvard Graduate School of Education.