Cerca de um milhão de jovens brasileiros estão empacados no ensino fundamental e não conseguem avançar ao ensino médio, indica o Censo Escolar 2011. São alunos que não tem a idade correta para a série em que estudam, entre outros motivos, porque foram reprovados.
O número foi obtido pela diferença entre a população na faixa etária de 6 a 14 anos e a quantidade de matriculados no ensino fundamental. Segundo o IBGE, o País tem 29.204.148 pessoas nessa faixa etária, enquanto o Ministério da Educação registrou 30.358.640 alunos do 1.º ao 9.º ano nas escolas brasileiras.
Atualmente, o número de matrículas é 3,9% superior à população na faixa etária adequada a essa etapa de ensino. Para o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), o porcentual é “bem menor e muito melhor” do que os 20% observados há dez anos.
Quando o aluno tem uma idade diferente da esperada para os estudantes daquela série ele entra para as estatísticas da distorção idade-série. No Brasil, o fenômeno é observado em todos os anos do ensino fundamental, exceto no 1.º. Nesta etapa, a escola atende a alunos com idade média de 6,7 anos, quando são esperadas crianças com 6 anos. Na outra ponta, deveria haver somente jovens de 14 anos no 9.º ano, mas a média nacional é de alunos com 15,2 anos.
O fluxo escolar, que avalia a passagem entre um nível e outro da educação, é considerado um indicador de qualidade. Ele entra no cálculo, por exemplo, do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Para corrigir distorções, alguns Estados adotam a progressão continuada, em que os alunos só podem ser reprovados em algumas séries do ensino fundamental. É o caso de São Paulo.
O resumo técnico do censo foi divulgado pelo Inep nesta quarta-feira, 18.