A proposta analisada pela comissão de pós-graduação da universidade prevê que haja mais avaliações tanto dos estudantes quanto dos próprios programas.
O pró-reitor de pós-graduação, Vahan Agopyan, afirma que a USP busca melhorar a qualidade de seus mestrados e doutorados.
A representação dos estudantes, por sua vez, diz que a reitoria quer centralizar poder e exige que haja mais discussões sobre o tema.
Agopyan, porém, diz que já há quase consenso na comissão e que o texto deve ser votado neste mês. Se aprovado, irá para o Conselho Universitário e entraria em vigor já no ano que vem.
A proposta estabelece que o aluno passe por uma avaliação até um ano e meio após o início do curso (o período exato ainda será definido).
Segundo o pró-reitor, a ideia é que o aluno saiba antecipadamente se possui vocação para a pesquisa. Os cursos vão definir se manterão o atual exame inicial.
Já no final do curso, a tese do aluno passará a receber avaliação escrita de integrantes da banca examinadora.
A intenção é que o estudante faça ajustes antes da defesa oral -ou até desista, para evitar o constrangimento de uma reprovação pública.
O pró-reitor disse ainda que os programas passarão a ter mais autonomia, em pontos como desligamento de alunos (que hoje é analisado pela reitoria) ou como serão as avaliações (com base nas diretrizes do regimento).
Por outro lado, passarão a ser avaliados internamente pela universidade todos os anos. Hoje, a análise é trienal e ocorre, em geral, apenas no âmbito dos departamentos.
Em carta aberta, a assembleia dos estudantes de pós-graduação da USP afirma que a “suposta descentralização tem, na verdade, caráter mais centralizador”, pois os programas poderão ser fechados pelos órgão centrais.
Para os representantes estudantis, a reitoria quer acelerar a finalização dos cursos pelos alunos, o que melhoraria artificialmente a produtividade da USP em rankings internacionais.