USP lidera ranking latino de universidades

 USP está em primeiro lugar em um ranking de universidades latinas divulgado nesta terça-feira pelo QS (Quacquarelli Symonds), do Reino Unido.

A lista traz 200 universidades da região. Entre as dez primeiras estão três brasileiras: a USP, a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

Assim como no ranking mundial do QS, divulgado em setembro, na lista latina 50% da nota que cada instituição recebe considera a “percepção” internacional que se tem das universidades.

Esses dados são levantados por meio de questionários respondidos por cientistas e empresários renomados de todo o mundo.

A diferença é que, na lista latina, a opinião dos empresários tem o dobro do valor do que na lista mundial.

Outra alteração metodológica é que o QS diminuiu de 20% para 10% o valor das citações por artigo científico na nota das universidades no ranking latino. Esse é o principal indicador de impacto da produção científica.

Os outros 10% ficaram com um novo indicador, chamado de “impacto na internet”.

“Esse indicador considera a quantidade de páginas e arquivos disponíveis na internet correspondentes à instituição e a visibilidade desse material”, disse à Folha Simona Bizzozero, diretora regional de marketing do QS.

Critérios como a internacionalização das universidades (quantidade de professores e de alunos estrangeiros), que têm um peso significativo nas listas mundiais de universidades, ficaram de fora no ranking latino.

“Universidades latinas não são bem representadas no ranking mundial. Por isso resolvemos adaptar alguns critérios para considerar o contexto latino”, explicou Danny Byrne, editor da listagem

DANÇA DAS CADEIRAS

Com as mudanças metodológicas considerando as especificidades latinas, houve uma dança das cadeiras das universidades nas listagens.

A Unam (Universidade Autônoma de México), por exemplo, que está empatada com a USP na posição 169 do ranking mundial, aparece em 5o lugar na lista latina –depois de três universidades que, na listagem mundial, estão muitas casas à sua frente.

“Não existe uma lei da natureza que diga que uma universidade é melhor que a outra. O que dá para dizer é que as dez primeiras da lista do QS de certa forma se destacam”, analisa Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor-científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

Essa é a segunda listagem universitária regional divulgada pelo QS.

Em maio, a organização divulgou um ranking asiático que trazia a HKUST (Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong) e a HKU (Universidade de Hong Kong) no topo.