Em reunião do reitor Alvaro Toubes Prata e do pró-reitor de Desenvolvimento Humano e Social, Luiz Henrique Vieira Silva, com o comando de greve dos trabalhadores técnico-administrativos, na manhã desta segunda-feira, dia 22, a Administração Central fez um relato dos esforços realizados em Brasília, onde passou três dias, na semana passada, com o envolvimento da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), no sentido de buscar uma solução que viabilize o retorno das universidades à normalidade. “Temos obtido alguns progressos, e acredito que esta será uma semana decisiva para definirmos a situação”, disse Alvaro Prata, que falou com as ministras Ideli Salvatti e Gleisi Hoffmann e até com a presidenta Dilma Rousseff sobre a questão. “Este é o momento do diálogo, e as perspectivas dependem do entendimento que a Administração Central vem observando com os servidores, alunos e docentes”, afirmou.
O pró-reitor Luiz Henrique Vieira Silva ressaltou que em nenhum momento a Universidade interrompeu o diálogo com a comunidade interna e que vem fazendo “um trabalho contundente”, por meio do reitor Alvaro Prata, junto aos Ministérios da Educação e do Orçamento, Planejamento e Gestão. “Queremos preservar a instituição”, reforçou o reitor.
O coordenador do Comando de Greve, Celso Ramos Martins, destacou que ao tentar decretar a ilegalidade da paralisação o governo procurou fragilizar o movimento em vez de propor uma negociação com a categoria. Ele elogiou a postura da UFSC, que vem lutando pelo estabelecimento de negociações, o que não foi possível até agora. Mais de 90 técnico-administrativos da Universidade estão indo para Brasília, onde uma jornada envolverá, na quarta-feira, milhares de servidores federais que lutam por melhores salários e condições de trabalho em todo o país. Em Florianópolis, uma reunião na tarde de segunda-feira e uma assembleia geral nesta terça-feira (23/8), sondarão a categoria sobre a proposta da reitoria.
Desde o início, a Administração Central da UFSC vem mantendo o diálogo com o Comando de Greve e reconhecendo a justeza das reivindicações dos servidores. Na semana passada, abriu mão da agenda da reunião do Conselho Universitário para dedicar toda a sessão ao debate sobre o movimento, com a presença de representantes o Sintufsc e do Diretório Central dos Estudantes (DCE). No mesmo dia, o reitor Alvaro Toubes Prata recebeu os alunos em seu gabinete e discutiu temas como a paralisação, a expansão da instituição, a falta de professores em vários cursos e a redução do número de vagas no curso de Economia.
Posição da Andifes
– Em nota pública divulgada dia 17, a Andifes defendeu a autonomia universitária como “um dos fundamentos em que se apoiam nossas instituições para o cumprimento da missão estratégica de desenvolver o país com justiça social”. A entidade diz que esse fundamento vem sendo desrespeitado em nome das universidades que, sem o consentimento de seus reitores, conduzem o processo à revelia do que pensa a maioria. Isso, destaca o documento, “representa uma inaceitável rejeição do princípio da autonomia como valor institucional de primeira grandeza”.
“Com essa compreensão”, diz a nota, “a Andifes manifesta seu completo desacordo com a decisão da AGU em indicar, sem prévia consulta, um grupo de universidades federais como requerentes de recente ação movida contra entidades de representação de servidores universitários”.
Esse tipo de interferência, afirma a entidade, reduz a capacidade de atuação das universidades federais no sistema nacional de educação. Elas “obstruem suas vias de democracia interna, dificultam a interlocução com outros órgãos da administração pública e impõem à Andifes a necessária reflexão pela busca de instrumentos institucionais que impeçam a repetição de episódios da mesma natureza”.