As mesas ao ar livre na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) estão cheias de alunos estudando, enquanto a Biblioteca Universitária (BU) está fechada. Os estabelecimentos comerciais que ficam ao redor do campus têm aumentado seus ganhos, ao mesmo tempo em que o Restaurante Universitário (RU) está funcionando como base operacional da greve dos servidores, que começou no dia 6 de junho.
As mudanças no cotidiano causadas pela paralisação não agradam aos estudantes, que, nem por isso, condenam a mobilização dos funcionários. O aluno do curso de Direito William Silva, 19 anos, se reuniu com os amigos ao lado da BU para fazer um trabalho. No sol, para amenizar o frio, os seis estudantes discutiram o tema que pegaram e escreveram suas conclusões no laptop de Silva. Acabaram debatendo sobre a greve também.
– Com essa onda de violência que está rolando aqui na UFSC, é até perigoso ficar com o computador na rua – disse Walter Dias, 23 anos.
A estudante Laís Tavares completa:
– A greve é um direito. Eu tenho isenção no RU. Agora, estou recebendo um tíquete de R$ 7,50 para almoçar fora, mas pago a mais todo dia. Além disso, estou gastando um monte em xerox porque não posso pegar livros emprestados. Meu pai está se ferrando para me dar dinheiro. Só que não tiro a razão dos servidores.
Apesar de alterar a rotina dos estudantes, a greve não deve prejudicar o fim deste semestre e o início do próximo. A previsão é do diretor do Departamento de Administração Escolar (DAE), Luiz Podestá, que não aderiu ao movimento.
Segundo ele, os preparativos para as matrículas, que são feitas pela internet, estavam prontos antes de a paralisação começar. O DAE está funcionando parcialmente.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Santa Catarina (Sintufsc), 40% dos funcionários estão parados. O Hospital Universitário (HU) é o lugar que teve menos adesões, somente duas, por causa da importância do atendimento.
Hoje, às 14h, uma nova assembleia da categoria será promovida no hall da Reitoria. Estará em pauta o pedido do Ministério da Educação (MEC) para que seja decretado o fim da greve e, depois, sejam iniciadas as negociações.