Será que hoje, enfim, vai ter aula?

Enquanto o governo afirma que 80% dos professores já voltaram e Sinte diz que o número é irreal, indefinição prossegueUma pergunta na comunidade do Orkut do Instituto Estadual de Educação (IEE), maior colégio catarinense, resume as indefinições sobre a greve no magistério: “Segunda tem aula?”. Sim, quer o governod+ não, pensam os professores. A resposta só será dada hoje, quando o movimento completa 55 dias. Só que os desdobramentos não se restringem às salas de aulas, mas à Assembleia Legislativa e ao Superior Tribunal de Justiça (STF)

Como era de se esperar, governo e grevistas têm avaliações diferentes quanto à greve dos professores, que exigem o pagamento do piso nacional da categoria sem achatamento do plano de carreira.

Por um lado, o governo crê em um enfraquecimento do movimento depois que a maioria das assembleias regionais, na semana passada, decidiu pela volta às aulas – 17 de 30.

– Nosso objetivo está voltado para a reposição do calendário escolar. A partir de segunda-feira (hoje) esperamos que, aos poucos, aumente ainda mais o número de 80% dos professores que já voltaram às aulas. Se precisar, contrataremos ACTs (Admitidos em caráter temporário) para substituir os grevistas – avalia o secretário de Educação, Marco Tebaldi.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte) espera ter, na terça-feira, o levantamento de quantos professores estão em greve. Até lá serão realizadas assembleias regionais, embora o resultado pelo fim da greve só pode sair em assembleia estadual.

– Este número apresentado pelo governo é uma falácia – diz Janete Silva, vice-coordenadora do Sinte/SC.

Disputas também na

Assembleia e no STF

Na Assembleia Legislativa há outro campo de disputa. O projeto de lei Complementar enviado pelo governo, com a proposta de reajuste, pode ser votado nesta semana. Mas, segundo o presidente da Casa, só se tiver consenso entre situação e oposição.

O terceiro nó da greve está no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O governo quer a suspensão da liminar que manda repor os descontos pelos dias parados dos grevistas. Segundo a assessoria de Raimundo Colombo, a folha já foi rodada, mas o pagamento vai depender da decisão do STF.

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MARCO TEBALDI, Secretário estadual da Educação

“Esperamos que, aos poucos, aumente ainda mais o número de 80% dos professores que já voltaram às aulas. Se precisar, contrataremos ACTs para substituir os grevistas”.
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JANETE SILVA, Vice-coordenadora do Sinte/SC

“Na terça-feira teremos um levantamento de quantos professores estão em greve. Acredito que o movimento vá ficar ainda mais forte quando os professores virem como vai ficar o plano de carreira com o projeto que está na Assembleia”.