O Ministério do Planejamento receberá hoje (6) professores de universidades federais e de diversas categorias do serviço público para discutir reivindicações conjuntas para o funcionalismo. A reunião está marcada para as 16h, em Brasília, com o secretário de Recursos Humanos do ministério, Duvanier Ferreira. O encontro estava previsto para ontem (5), quando docentes realizaram uma série de manifestações pelo país. A ideia da categoria é negociar ao máximo antes de iniciar uma greve.
Os protestos dos professores ocorreram em diversos estados, como São Paulo, Minas Gerais, o Rio Grande do Sul, a Bahia e o Amazonas, segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes). Além de caminhadas, os docentes distribuíram panfletos com as reivindicações da categoria, organizaram debates e fecharam acessos às instituições.
No Rio de Janeiro, as quatro universidades federais reuniram técnicos administrativos – que já estão em greve há um mês – professores e estudantes. Ao lado de outros servidores federais, eles caminharam entre a Cinelândia e o Edifício Gustavo de Capanema, antiga sede do Ministério da Educação, no centro da capital. Segundo os organizadores, o protesto reuniu cerca de 2 mil pessoas.
O presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Luis Acosta, disse que objetivo é chamar a atenção do governo e da sociedade para as reivindicações antes de decidir pela paralisação. “Não faremos nada para atrapalhar os serviços na universidade, nada para dificultar”, afirmou. A categoria reivindica aumento salarial e valorização da carreira e está disposta a negociar sem interromper os serviços.
A Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra) cobra engajamento dos docentes na mobilização. Trabalhadores ligados à entidade estão greve em 47 universidades por aumento de salário. “Entramos sozinhos [na greve], na expectativa de que outras entidades viessem conosco até agosto, antes do fechamento do Orçamento de 2012”, disse uma das coordenadoras, Léia Oliveira. Para ela, o apoio dos docentes pode facilitar as negociações.
Os técnicos administrativos da UFRJ que engrossaram a manifestação no Rio também defendem a participação dos professores. Para eles, a parceria fortalece a instituição de ensino. “Se eles entram [nas negociações], a universidade ganha, um dá força para o outro”, disse Jorge Luís Inácio, um dos coordenadores do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFRJ.
Sem descartar uma greve para agosto, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior quer esperar as negociações com o Ministério do Planejamento. Na próxima semana, durante encontro nacional, promete se manifestar sobre as proposta do governo.